ATA DA VIGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 26-4-2007.

 


Aos vinte e seis dias do mês de abril do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Marcelo Danéris e pelas Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Pedido de Providência nº 834/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 825, 826 e 827/07; pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Providência nº 869/07 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 239/06 (Processo nº 5827/06); pelo Vereador Almerindo Filho, o Pedido de Providência nº 833/07; pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 865, 866, 867 e 868/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Providência nº 855/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Providência nº 829/07; pelo Vereador Dr. Raul, os Pedidos de Providência nos 799, 800, 801, 802, 803, 804 e 805/07; pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Providência nº 817/07; pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providência nos 857, 858, 859, 860, 861, 862, 863 e 864/07; pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 818, 819, 820, 821, 822, 823 e 824/07; pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 830, 831 e 832/07; pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos 846 e 849/07; pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 836 e 838/07; pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 837, 839, 841, 843, 845, 847, 848, 850, 852, 853, 854 e 856/07; pelo Vereador Mario Fraga, o Pedido de Providência nº 870/07; pela Vereadora Maristela Maffei, o Pedido de Providência nº 828/07; pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providência nº 851/07; pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 840, 842 e 844/07; pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providência nos 806, 807, 808, 809, 810, 811, 812, 813, 814, 815 e 816/07; pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Providência nº 835/07. Do EXPEDIENTE, constaram os Comunicados nos 18867, 18868, 25148, 35385 e 35386/07, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do Senhor João Bosco Vaz, Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Carla Rosana Siqueira Ribeiro, Presidenta da Associação dos Moradores do Loteamento Mariante e Arredores – ALMA –, que discorreu sobre o trabalho realizado pela entidade que preside, informando que foram empreendidos movimentos para garantir melhores condições de infra-estrutura à população residente no Loteamento Mariante e nas áreas próximas a esse local. Nesse sentido, solicitou atenção especial a carências de recursos humanos e materiais verificadas junto à Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Pacheco Prates daquela comunidade. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Haroldo de Souza, Claudio Sebenelo, João Carlos Nedel, Carlos Comassetto, Professor Garcia e Ervino Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, a Vereadora Sofia Cavedon informou que a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude promoverá reunião no dia oito de maio do corrente, para debates referentes às escolas públicas estaduais. Também, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, de representantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Pacheco Prates e deferiu Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Carlos Nedel, para que comissão de Vereadores desta Casa visite a Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Pacheco Prates para verificar as condições desse estabelecimento de ensino, relatadas em Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Mario Fraga reportou-se ao pronunciamento em Tribuna Popular hoje efetuado pela Senhora Carla Rosana Siqueira Ribeiro. Igualmente, elogiou o Governo Municipal, afirmando que se observam melhorias nos serviços de capina e manutenção em áreas públicas dos Bairros Belém Novo e Lami, considerou positivo o trabalho do Secretário João Bosco Vaz e defendeu a ampliação do horário de atendimento em unidades de saúde de Porto Alegre. O Vereador Ervino Besson abordou reunião realizada com o Sindicato dos Produtores de Porto Alegre, para discussão de dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores na regularização do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR. Ainda, lembrou ter alertado para os problemas que surgiriam nessa área, quando da votação, por esta Casa, em mil novecentos e noventa e nove, do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental do Município, que extinguiu o conceito de zona rural. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Carlos Nedel referiu-se à aprovação, ontem, por este Legislativo, do Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06, que altera a Lei Complementar nº 555/06, relativa ao uso de produtos fumígenos em recintos coletivos. Também, declarou-se favorável ao aumento das tabelas de valores do Sistema Único de Saúde, enfatizando que os hospitais acumulam prejuízos no atendimento de pacientes da rede pública de saúde. A Vereadora Margarete Moraes criticou a qualidade dos serviços oferecidos aos porto-alegrenses pelo Governo Municipal e, citando obras de arte instaladas em praças e ruas da Cidade, atentou para a importância de maiores cuidados na restauração e manutenção desse acervo. Além disso, considerou positiva a atuação do Secretário João Bosco Vaz e convidou a todos para a abertura, hoje, de exposição da Artista Plástica Paulina Laks Eizirik, instalada no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo. O Vereador Mario Fraga afirmou que a Prefeitura está realizando esforços para atender as demandas da comunidade no setor da educação, explicando que a Secretaria Municipal da Educação pretende realizar investimentos para instalar creches comunitárias nas regiões onde elas foram solicitadas por meio do Programa de Orçamento Participativo. Da mesma forma, asseverou que a Secretaria Municipal da Saúde tenciona expandir os horários de atendimento em Centros de Saúde da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga comentou a importância do esporte amador, enfocando a necessidade de iniciativas que incentivem seu desenvolvimento em Porto Alegre, como o Campeonato Municipal de Futebol Amador e a Copa Paquetá Esportes Topper de Futebol Amador. Nesse sentido, defendeu a continuidade da Copa Paquetá Esportes Topper de Futebol Amador, que se encontra na sua décima sétima edição, aludindo à possibilidade de que esse evento seja cancelado a partir do próximo ano. Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, de alunos e das Professoras Ana Beatriz Ricalcati e Vera Enilda Fidelix, da Escola de Educação Básica Almirante Bacelar, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen contestou a criação, pelo Governo Federal, da Secretaria Nacional de Portos. Além disso, advertiu que o Governo Estadual não está tomando as providências necessárias para evitar que ocorra uma epidemia de dengue no Estado e, finalizando, analisou a assinatura de convênio entre a Prefeitura Municipal e o Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana, para a concessão de vinte bolsas de estudo, nesse estabelecimento, a crianças carentes. O Vereador Dr. Raul, debatendo a situação da saúde pública em Porto Alegre, noticiou que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente cedeu o terreno para a construção do novo prédio da Unidade Básica de Saúde São José e garantiu que a Prefeitura está estudando possibilidades para a abertura de leitos psiquiátricos em Porto Alegre. Também, enfatizou a necessidade de que o Governo Federal reajuste a tabela de tarifas do Sistema Único de Saúde, alegando que esse Sistema atende a maioria da população brasileira. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 026, 030 e 031/07, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 037/06, discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 005/07, os Projetos de Lei do Legislativo nos 040 e 042/07; em 3a Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 034/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 035 e 020/07, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Todeschini, Carlos Comassetto e Guilherme Barbosa, os Projetos de Resolução nos 037 e 042/07, os Projetos de Lei do Executivo nos 009/07, discutido pelo Vereador Marcelo Danéris, e 010/07, discutido pelo Vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães, manifestando sua preocupação com a perda de poder aquisitivo dos aposentados e pensionistas brasileiros, protestou contra a defasagem nos reajustes praticados nos benefícios destinados a essas parcelas da população em comparação com o aumento do custo de vida. Ainda, debateu questões relativas à isenção na cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano para os aposentados e pensionistas. O Vereador Adeli Sell defendeu a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que se observa no País um quadro de aumento no número de empregos formais e de inclusão social das camadas carentes da população. Ainda, propugnou por mais fiscalização da Secretaria Municipal de Obras e Viação quanto à manutenção de prédios e equipamentos da Cidade e apoiou a instalação, no Bairro Restinga, de escola do Instituto Federal de Educação Tecnológica. O Vereador Claudio Sebenelo elogiou decisão do Supremo Tribunal Federal, que, em votação realizada ontem, determinou a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional, com o objetivo de investigar as causas e responsabilidades pela crise no controle do tráfego aéreo no País. No referente à questão, recomendou a leitura de reportagem de capa da edição nº 1956 da Revista IstoÉ, em que é apresentado depoimento prestado pela empresária Sílvia Pfeiffer, atinente ao tema. Após, o Vereador Carlos Comassetto solicitou informações acerca da tramitação de Requerimento formulado por Sua Excelência, no sentido de serem registrados, nas Agendas das Sessões, os recursos na área da saúde repassados ao Município pelo Governo Estadual, tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão relatou visita realizada pelo Secretário Sergius Gonzaga à Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude, no dia vinte e quatro de abril do corrente, ocasião em que foram apresentados projetos para descentralização das atividades relativas ao setor cultural em Porto Alegre. Também, apoiou fórmulas adotadas pelo Governo do Município para viabilizar a implementação de obras de restauração do Auditório Araújo Vianna. A Vereadora Maristela Maffei saudou a vinda do Secretário Sergius Gonzaga a esta Casa, enfatizando a importância do diálogo e do debate entre os Poderes Legislativo e Executivo Municipal, na busca da solução dos problemas de Porto Alegre. Da mesma forma, registrou sua satisfação com a retomada, no Centro Cultural da Lomba do Pinheiro, de oficinas voltadas à inclusão sociocultural e ao crescimento econômico da população residente nesse Bairro. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 045 e 047/07. Em prosseguimento, em face de questionamentos formulados pelo Vereador Alceu Brasinha, a Senhora Presidenta informou que está sendo promovido o agendamento de reunião entre representantes deste Legislativo, do Governo Estadual e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES –, para discussão das obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na Zona Norte da Cidade. Às dezesseis horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezessete horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 213/05, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, Maria Luiza, Clênia Maranhão, Carlos Comassetto, Sofia Cavedon, Newton Braga Rosa e Adeli Sell, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Margarete Moraes. Às dezoito horas e três minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registro a presença do Secretário de Esportes do Município de Porto Alegre, Ver. João Bosco Vaz. Seja muito bem-vindo à Casa.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Carla Rosana Siqueira Ribeiro, Presidenta da Associação dos Moradores do Loteamento Mariante e Arredores - ALMA -, está com a palavra para tratar de assunto relativo à precariedade no funcionamento e na infra-estrutura da Escola Pacheco Prates, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. CARLA ROSANA SIQUEIRA RIBEIRO: Boa-tarde. Primeiramente, eu gostaria de cumprimentar a Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras, todos aqui presentes, quero agradecer pela chance de estar aqui.

A Associação dos Moradores do Loteamento Mariante foi fundada em 19 de junho de 2006, tendo como objetivo principal lutar pelos direitos da comunidade, focando principalmente as ações de educação e habitação. A nossa luta vem sendo travada há muitos anos, porém não há comunidade que se sustente só pela luta dos que acreditam na diminuição da desigualdade. Foi preciso fundar a nossa entidade para que todos os órgãos do Poder Público nos reconhecessem como legítimos representantes dos moradores de Belém Velho.

Vimos a esta Casa, que é a Casa do Povo, tentar, pelo menos uma vez, sermos ouvidos, pois nossa comunidade tem passado por muitas dificuldades em todos esses anos. Solicitamos um Pedido de Providências para que uma máquina fizesse o patrolamento das Ruas Miguel Angelo, São Lourenço e Leonardo da Vinci, pois as crianças precisam passar por aquelas ruas para se deslocarem à escola. Já se passou quase um mês, e nada aconteceu. Esse pedido já foi feito, nós já reivindicamos outra vez, e nada foi feito. Ganhamos no Orçamento Participativo de 2004 uma escola para a comunidade, mas, até agora, também não foi construída a escola. Essas são apenas algumas das dificuldades que encontramos junto ao Poder Público. Contudo, gostaria de pedir aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras, independentemente de Partido, que, pelo menos uma vez, sejam ouvidas as nossas reivindicações.

A nossa comunidade passa por um grande problema atualmente: crianças estão sendo enviadas para casa, porque a Escola Dr. Pacheco Prates não tem professores para várias disciplinas desde o início do ano. Além de termos só três escolas no bairro - todas estaduais -, elas estão em péssimo estado de conservação. Já vimos que o Estado caminha para o colapso, e não adianta nós ficarmos gritando aos quatro ventos quando a Governadora diz que o Estado não tem dinheiro sequer para pagar a folha de pagamento. Entendemos que a Governadora Yeda quer enxugar as despesas, mas não podemos ficar inertes diante do futuro dessas crianças, que hoje não têm sequer uma escola decente para estudar. O que vamos esperar das crianças no futuro? Gostaríamos que a Câmara de Vereadores, representada pelos senhores, viabilizasse a construção de uma escola municipal na nossa comunidade, já que vemos que todas as escolas municipais em Porto Alegre têm funcionamento correto. Já conquistamos, pelo Orçamento Participativo, uma escola estadual, mas gostaríamos de uma municipal, que nunca saiu do papel.

O exemplo que estou lhes trazendo mostra o descaso do Estado com a Escola Pacheco Prates, que está com banheiros sem equipamento, sem mictório; os esgotos estão invadindo as casas vizinhas, pois estão entupidos há anos; não há biblioteca na escola, faltam orientadores e monitores; falta segurança, os drogados ficam diariamente consumindo drogas em frente à escola; não há merendeira no turno da noite, entre outras coisas. Só vendo para crer! Não tem um computador, então falar em Internet é coisa do outro mundo para nós no bairro Belém Velho. Eu vou fugir um pouco da minha pauta, mas acho que é um absurdo: com a tecnologia que se tem hoje, com a informação que todo o mundo tem, por que esquecem de nós, do Belém Velho? Há telecentros na praça, que é o Centro de Belém Velho, mas a escola, que fica quase ao lado, não tem um computador nem acesso à Internet...!

Eu já pedi a todos os órgãos que doassem um fax, mas até agora isso não foi conseguido. Eu estou procurando, pela Associação, buscar isso. Mas acho assim: se a escola é pública, e é um direito das crianças estarem na escola, não tem que ser a Associação que tem que se preocupar com isso, e sim os governantes, né?

O Projeto Vou à Escola também apresenta um grande problema: as carteirinhas já foram enviadas, e até agora as crianças estão pagando passagem, algumas faltando às aulas. Preocupa-me muito esses dias de chuva que estão acontecendo, pois elas não têm passagem, porque ainda não voltaram da SMED as carteirinhas. Isso é o descaso beirando a irresponsabilidade de alguém. Por isso estou aqui implorando aos senhores que nos ajudem. Gostaria de agradecer a oportunidade de me manifestar nesta Casa.

Agora, eu vou colocar para vocês as necessidades da Escola, necessidades que me sensibilizaram a estar aqui hoje. Os banheiros necessitam de novos equipamentos, como já foi dito, tais como vasos, mictórios e pias. As crianças vão para casa e chegam a dizer que não há condições de entrar naqueles banheiros. As crianças têm que sair da Escola e utilizar alguma lancheria próxima, porque os banheiros da Escola não têm condições. Sobre os bebedouros: desde que a Escola foi criada, são os mesmos bebedouros, com água enferrujada, totalmente insalubre. Então, a Escola está nos pedindo três bebedouros para os alunos.

Gostaria de aproveitar que o Secretário de Esporte está aqui para dizer que não tem pátio para lazer na Escola; eles utilizam a praça, que fica no Centro de Belém Velho. A praça, como eu já falei, não tem segurança: os drogados ficam lá passeando no meio das crianças que estão fazendo Educação Física; não tem sequer um bebedouro, a Segurança não se importa com Belém Velho. Então, eu gostaria que o Secretário nos desse também um apoio lá referente a isso.

A biblioteca não existe, não tem estantes, não tem cadeiras, não tem mesas, arquivos, computadores, não tem nada. Não tem sala de vídeo. Não há sequer cadeiras na sala dos professores. A Diretora pede que ajudemos com a mão-de-obra para a pintura da fachada interna e externa da Escola. Precisa-se de uma cobertura, de um toldo na entrada da Escola, a fim de proteger os alunos, que ficam na chuva, na frente, na praça, até poderem entrar; os portões não podem ser abertos, senão os drogados invadem a Escola; então as crianças têm que ficar do lado de fora até tocar o sinal.

Equipamentos para o pátio, como eu já falei, não tem; não tem equipamentos para crianças de primeira série nem de primeiro ano; a praça não tem iluminação, sendo que tem aula à noite na Escola. Esgoto não existe no bairro Belém Velho; é um bairro com mais de dez mil habitantes, e não tem esgoto. Falta segurança na praça. Aquisição de mastro: nós não temos um mastro para levantar a nossa bandeira, e querem que a gente seja cidadão, não há como. Aparelhos de TV e DVD: isso em qualquer escola municipal a gente encontra, em qualquer centro social, em qualquer localidade.

Eu não entendo por que a Escola Pacheco Prates está nesse estado. Se vocês forem lá visitar, vão ver as grades enferrujadas, não parece uma escola: parece um lugar completamente abandonado, sem iluminação, no escuro. Eu acho que o cidadão começa por ali, a criança tem que ter vontade de ir para a escola. Muitas crianças já não têm um ambiente saudável nas suas casas, já moram em vilas, sem saneamento básico, sem a mínima infra-estrutura. Então, onde eles passam a maior parte do tempo? Na escola. E, se a escola deixa mais a desejar do que a própria casa, como vai ser o futuro? De futuros delinqüentes. Então, estou pedindo que vocês nos ajudem a tratar das causas da doença, para depois não termos que gastar mais com a doença, que serão os delinqüentes, os traficantes. Eu acho que isso nós já temos bastante. A gente podia tratar agora desde o começo.

Eu gostaria muito de agradecer e pedir sensibilidade de todos os Parlamentares aqui presentes com relação ao bairro Belém Velho, um lugar lindo de se viver, com uma mata nativa excelente, só que o bairro está ficando abandonado - aliás, ficando não, eu moro lá há 13 anos, e sempre foi abandonado. Boa-tarde a todos. Obrigada, Presidenta; obrigada, Parlamentares.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito obrigada, Srª Carla. Por gentileza, peço que componha a Mesa conosco.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta; Srª Carla Rosana Siqueira Ribeiro, Presidenta da Associação dos Moradores do Loteamento Mariante e Arredores, o seu depoimento aqui nos comove. A senhora diz que Belém Velho é um lindo lugar de se viver, mas que ainda não tem tratamento de esgoto. Isso aí nos envergonha, isso é xarope - é um linguajar nosso, de vila: isso é xarope, é uma desumanidade, é um desleixo, é um abandono, é como dizer: “Deixa assim, que assim está bom; é por aí mesmo, é exatamente por aí”. Agora, como é que a criança vai estar na escola, e não há um bebedouro, não há pelo menos um banheiro?! Mas escuta aqui, pelo menos um banheirinho... Não dá para dar um jeitinho nisso aí para nós, Prefeito? Sabe, a senhora fez esse depoimento, nós registramos aqui, agora, e será que haverá resposta? Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu queria dar um abraço na Carla e dizer que não só estamos solidários como assinamos embaixo. Realmente, a indiferença dos Poderes Federal, Estadual e Municipal em relação à nossa criança contraria todos os discursos, todas as promessas feitas em todas as esferas. A cidade de Porto Alegre está precisando do dobro de creches, do dobro de Programas de Saúde da Família, do dobro de postos de saúde. Isto é, a Saúde, mais especialmente a Educação, e o cuidado com a nossa criança na Cidade são historicamente vergonhosos. E isso é disfarçado, muitas vezes, porque a Cidade ganha prêmios, a Cidade ganhou o Prêmio Abrinq, mas a nossa Educação Infantil é uma vergonha. Então, essas coisas tiram um pouco o foco da questão.

A senhora reclama da questão da Educação, que essa é a sinecura de todos os nossos problemas, e eu acho que nós temos que pensar um pouco mais. E por mais que a gente se ofereça, na insignificância pessoal, pelo menos na minha, eu me vejo sem condições de resolver um problema em que o Estado está falido; mas há outras falências, além da falência financeira: a falência do Poder e a falência, inclusive, da indignação - que está morrendo no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil e até no mundo. Um grande abraço, Carla, conte conosco!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta da Associação dos Moradores do Loteamento Mariante, seja muito bem-vinda a esta Casa. Em nome da Bancada do Partido Progressista, composta pelo Ver. João Antonio Dib, Ver. Newton Braga Rosa e por este Vereador, quero cumprimentá-la. É exatamente assim que se faz: vem nos informar, solicitar providências, e nós podemos ajudar. Eu gostaria, Carla Ribeiro, até de sugerir, Srª Presidenta, uma visita dos Vereadores à Escola, acho que isso seria muito importante. E gostaria que a senhora pudesse me dar cópia das suas anotações, para ver o que a gente pode, de alguma forma, encaminhar. E pergunto à senhora: a Escola não tem Associação de Pais e Mestres? O que a Associação tem feito? Porque isso é muito importante. Com a sua Associação, podemos articular, conjuntamente, toda uma série de providências.

Então, acho que a senhora veio muito bem a esta Casa, porque aqui é que se pedem soluções, mesmo que sejam de responsabilidade do Estado, porque tudo o que diz respeito a Porto Alegre interessa realmente a esta Casa, especialmente a Educação. Meus cumprimentos e muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel. Quero registrar a presença da Srª Daniela, que representa a Diretoria da Escola Pacheco Prates, do Professor Roberto e de vários pais.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; prezada Carla, Líder Comunitária da Associação Mariante; em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero dizer que há dois grandes problemas estruturais colocados hoje aqui, e um deles diz respeito ao Plano Diretor, e, na revisão proposta, não veio nada sob o ponto de vista da regularização fundiária da Mariante e toda a região. Então, aquela comunidade está à margem da Cidade hoje. Estamos buscando que o Governo mande para Câmara a inclusão daquela comunidade na regularização fundiária.

Segundo, a Escola Pacheco Prates, cujas professoras estão aqui - elas também estão representando a comunidade junto com a senhora -, é uma Escola estadual, e nós temos que colocar os pingos nos “is”. O Ver. Sebenelo é Líder da Governadora Yeda, que é responsável por isso. Portanto, a mensagem tem de ser dirigida para quem tem essa responsabilidade pública. E essas demandas... A Diretora Sônia nos ligou há poucos minutos, colocando a problemática e dizendo que várias reivindicações foram feitas à Secretaria de Educação do Estado, e nada foi atendido. Portanto, creio que, como interlocutor nosso, da Câmara, o Ver. Sebenelo, o Líder da Governadora Yeda, deve levar essa demanda imediatamente ao Governo do Estado. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: É para um esclarecimento, porque deu a entender que eu desconheço que a escola é estadual. Sei que a escola é estadual, não há nenhum problema. Então, eu peço para a Yeda, mas vou manter o pedido também para o Fogaça: por que não construir uma escola municipal lá? Então, deixo para o Fogaça o pedido da construção de uma nova escola. E repito à Dona Yeda: dê um banheirinho para nós! Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; Carla Ribeiro, Presidenta da Associação dos Moradores do Loteamento Mariante e Arredores; quero dizer que este Vereador conhece muito bem a Escola Pacheco Prates. O meu primeiro envolvimento com a Escola foi em 1997, na ocasião em que ali, na frente da Escola, foi instalado o transbordo - motivo de uma grande complicação com o pessoal do Salso, Rincão e São Francisco, que tinham de fazer o transbordo para os seus deslocamentos. Também, quando Diretor da Faculdade de Educação Física do IPA, levei os acadêmicos do IPA para realizarem diversas atividades na praça que fica em frente à Escola Pacheco Prates. Sei de todas as dificuldades, é uma bela Escola, tem uma boa infra-estrutura, mas tem as suas dificuldades, que acho importante que sejam trazidas para cá, porque a maioria dos Vereadores e a população de Porto Alegre precisam conhecer essas dificuldades.

Quanto aos moradores do loteamento Mariante, também acompanhei de perto, foi toda uma comunidade que saiu daquela localidade, próxima do Hospital Divina Providência, e foi para aquela região. Lembro, inclusive, das primeiras ações, pois não havia nenhum banheiro naquela época em que a comunidade foi para lá. E, nós, Vereadores, começamos a lutar por uma escola; havia uma escola até a 4ª série, mas não uma Escola Infantil.

Então, trazer esses problemas é importante, e não é uma questão do Estado ou do Município, mas uma questão de necessidade, que precisa ser resolvida com a comunidade. Parabéns. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Carla Ribeiro, em nome da Bancada do PDT - formada pelos Vereadores Nereu D’Avila, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Márcio Bins e Ely e por mim -, quero saudá-la.

Sou morador da Zona Sul e, várias vezes, durante o ano, visito a Escola Pacheco Prates, porque tenho carinho e amizade pela Escola, que, de fato, fica numa praça em Belém Velho, onde há uma figueira, que é um cartão-postal de Porto Alegre, porque representa o nosso meio ambiente, a nossa preocupação com a preservação da área, desse cinturão verde que nós temos na Cidade. Mas tu colocaste os diversos problemas lá da comunidade, como o patrolamento de ruas - eu tomei nota e vou fazer um contato com o pessoal que tem a responsabilidade de fazer esse trabalho.

E essa obra, que foi idéia do Orçamento Participativo... Nisto eu tenho batido, sempre que tenho a oportunidade aqui na Casa: se o Prefeito Fogaça construir, a cada três dias, alguma coisa, todas as obras que foram aprovadas no Orçamento Participativo, durante o seu mandato, ele não conseguirá atingir a metade do que foi discutido e dado como preferência à comunidade. Então, é bom que tu tragas isso aqui para esta Casa, para que possamos reabrir essa discussão e dar prioridade àquilo que, de fato, é prioridade.

Tu falaste no Projeto Vou à Escola. Olha, eu tenho um Projeto aqui na Casa, e já faz dois anos que ele está zanzando por aí. O Projeto Vou à Escola podia ser resolvido, eu vejo, com mais facilidade. Sobre o que é o meu Projeto? Ele sugere a retirada de pelos menos a metade, ou um pouco mais, dos ônibus que funcionam uma vez por mês, gratuitamente, para prestarem um trabalho social - prestou já muito trabalho social. Mas eu acho que agora é o momento de mudar, pegar esse recurso que é aplicado nesse dia e aplicar para os alunos nesse Projeto Vou à Escola. E eu pergunto: o que é melhor, esses ônibus que funcionam uma vez só por mês, gratuitamente, ou pegar esse recurso para que seja aplicado em benefício desses alunos que não têm condições de freqüentar as salas de aula, porque eles não têm dinheiro? Ora, eu acho que nós temos que sentar, com mais responsabilidade, e avaliar bem o que é melhor para a cidade de Porto Alegre.

Portanto, eu quero dar os parabéns para ti, eu acho que foi uma grande conquista para a Cidade a destinação desses 10 minutos para a Tribuna Popular. Estamos juntos, somos do bairro, somos da região, conhecemos os problemas, estamos aqui. E acho que a Governadora vai ter que tentar, também, governar um pouco esta Cidade, governar este Estado, porque é para isso que ela foi eleita, porque não podemos aceitar que colégios não tenham classe para os alunos estudarem - e a Escola Alberto Torres está enfrentando o mesmo problema, coisa que eu já denunciei da tribuna. Não é possível que os alunos cheguem na escola e não haja um banco, não haja uma mesa para poderem estudar. Isso é inadmissível! Muito obrigado, Carla. Receba o nosso abraço.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora-Presidente, em nome da Presidente da Comissão de Educação, a Verª Maristela Maffei, e como Vice-Presidente da CECE, quero informar que a Comissão de Educação, no dia 08, às 9h, estará pautando o tema das Escolas Estaduais devido aos inúmeros apelos e problemas que têm surgido com relação a este início de ano letivo. Então, a Escola Pacheco Prates também está convidada a comparecer; também está sendo chamada a Secretária Estadual de Educação para prestar conta do seu trabalho. Repito: dia 08, às 9h neste Auditório.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Acolhemos também o Requerimento do Ver. João Carlos Nedel sugerindo uma visita da Câmara Municipal à Escola Pacheco Prates.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro – às 14h38min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Grande Expediente

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Neuza Canabarro, Vice-Presidenta desta Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público presente nas nossas galerias, vou usar este espaço, ao qual eu tenho direito, que é o período de Grande Expediente, quando são concedidos 10 minutos e permitidos apartes.

Quero dar os parabéns, primeiro, ao Ver. Ervino Besson, que se manifestou sobre a Associação dos Moradores do Loteamento Mariante e Arredores. O Ver. Ervino Besson conhece a nossa região - não sou de Belém Velho, mas de Belém Novo -, tenho um carinho muito grande por aquela região. Quero colocar à disposição da Associação o nosso Gabinete, o Gabinete do Ver. Mario Fraga, para que possam fazer seus pedidos, juntamente com o Ver. Ervino Besson e outros Vereadores. Cada Vereador tem uma característica, um Secretário com quem se relaciona melhor, podendo-se solicitar algumas medidas mais de imediato. No momento em que o Secretário João Bosco Vaz, da Secretaria de Esporte, esteve aqui, eu não estava, mas me coloco à disposição principalmente para esses encaminhamentos junto à Secretaria Municipal de Esportes.

Neste período de Grande Expediente, gostaria de fazer um relato sobre algumas coisas da nossa Cidade. Eu começaria pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, já que houve aqui um período de muitas críticas. Quando as coisas começam a melhorar na nossa Cidade, principalmente em relação ao DMLU, Departamento pelo qual tenho um carinho muito grande, como também pelo seu Direto- Geral, Dr. Mário Moncks... Estive fazendo uma visita em janeiro ao Departamento, porque na nossa região estávamos com o problema da capina, em Belém Novo e no Lami, para onde as pessoas estavam se dirigindo, principalmente nos fins-de-semana. O DMLU, em Belém Novo, estava com muito serviço. Mas agora estamos em abril, graças a Deus, e Belém Novo e seus arredores já estão limpos. Nesta semana toda, o DMLU estará limpando as Avenidas Juca Batista, Eduardo Prado e Cavalhada. Quem veio por essas avenidas nesta semana viu que o pessoal do DMLU está em plena atividade, limpando a Cidade, o que tem que ser o normal. Mas eu faço este registro aqui, pois em janeiro e fevereiro houve muitas críticas ao DMLU, então somos obrigados a fazê-lo, porque hoje em dia a situação já está normalizada. Na próxima semana sairá a licitação para solução dos resíduos sólidos, para a qual houve a apresentação de proposta de 19 empresas, e, em seguida, se Deus quiser, a empresa que faz esse trabalho no nosso Município já há cinco anos e alguns meses será substituída pela nova empresa vencedora.

Quanto à Secretaria de Esportes, o Secretário Bosco Vaz estava aqui e me comunicou que a clínica de fisioterapia - principalmente eu, que lido muito na várzea, e o meu amigo Benhur - para os jogadores amadores e para atletas de diversas categorias está sendo implantada no Ginásio Tesourinha e, em breve, estará funcionando. É uma clínica de fisioterapia que vai tratar de todos os atletas, em especial os jogadores de futebol de várzea que participam de campeonatos municipais e nas ruas regiões. Também em relação à Secretaria de Esportes, o Secretário João Bosco Vaz me deu a notícia - eu estive por um período à frente da Secretaria Municipal de Esportes, quando consegui realizar uma parte da obra do antigo Ginásio Cruzeiro do Sul, em Teresópolis - de que agora, no dia 03 de maio, sairá a licitação para completar a parte restante daquela obra. Ou seja, significa que daqui a três meses aquela comunidade da Zona Sul, ali na Av. Arnaldo Bohrer, no Teresópolis, estará com esse ginásio do Colégio Cruzeiro do Sul disponível. Serão estabelecidos horários para utilização do Ginásio pelas comunidades carentes, que não pagarão para jogar futebol, e horários mais nobres para aquelas pessoas que podem pagar uma taxa para jogar o seu basquete, o seu vôlei e o seu futebol de salão.

Então, meus parabéns ao Secretário João Bosco e a toda a sua equipe, que tem feito um trabalho, como nós dissemos, transversal, com todas as Secretarias. Pois lá na Secretaria de Esportes eles realizam um trabalho com o DMLU, com a SMED - Secretária Municipal de Educação -, com a Marilú Medeiros, com a SMOV, com o Maurício Dziedrick, que tem dado uma mão ao Secretário João Bosco Vaz tanto na inauguração dos refletores do Parque Ramiro Souto, quanto no Parque Marinha do Brasil. Na época do Parque Marinha do Brasil, era o nosso colega Ver. Cassiá Carpes, hoje Deputado Estadual. São coisas passadas e coisas boas da cidade de Porto Alegre, com as quais, nós, que lidamos com o esporte amador, ficamos muito contentes. No domingo à noite estive no Parque Marinha do Brasil, onde dois clubes de futebol amador da Cidade jogavam uma partida, graças ao Governo Fogaça, ao Secretário Bosco e a todas as Secretarias que ali estiveram envolvidas.

Muito tem se falado nesta Casa sobre saúde, e eu queria dizer que fiz, junto com o Secretário da Saúde, Dr. Pedro Gus, um relatório para ver como estava a situação da Saúde. Infelizmente, a Saúde nunca vai chegar à perfeição, porque a demanda é muito grande, e todos nós, que vivemos nesta Cidade, sabemos disso. E também sabemos que as pessoas vêm da Grande Porto Alegre e de todo o Interior do Estado se abastecer dos postos de saúde, principalmente no que está localizado na Santa Casa.

Nós temos hoje em Porto Alegre quatro postos de saúde que funcionam 24 horas e que abrangem quase a metade da população da Cidade. Estão localizados na Lomba do Pinheiro, na Vila Bom Jesus, na Restinga e na Vila Cruzeiro, atendem de 400 mil a 500 mil famílias. E há mais seis postos que estão abertos até às 22h. Neste sentido, eu tenho feito um apelo muito forte ao Dr. Pedro Gus, ao Prefeito José Fogaça e ao Dr. Eliseu Santos, que é médico, para que esses seis postos de saúde que atendem até às 22h possam no inverno - nos meses de junho, julho e agosto - atender até às 24h. Seria um custo pequeno; por três meses a Prefeitura poderia absorver esse custo, e quase toda a população de Porto Alegre estaria atendida, Ver. Márcio Bins Ely, até às 24h.

Por uma infelicidade, às vezes as pessoas ficam doentes durante a madrugada, e a população mais carente teria esses quatro postos de refúgio e mais os hospitais, principalmente na Zona Norte, cujo posto de atendimento fica dentro do Grupo Hospital Conceição, que presta um bom atendimento para aquela região, e o Posto da Restinga, graças a Deus, atende a nossa comunidade muito bem. Na Saúde, se conseguíssemos levar esses seis postos a atender durante as 24 horas, teríamos, em Porto Alegre, toda a comunidade atendida até a meia-noite, e ainda sobrariam esses quatro postos virando a noite.

Então, Verª Neuza, agradeço este Grande Expediente que me foi concedido pelas normas da Casa, para fazer esse relato. Quero dizer que a gente continua lutando, e o nosso Gabinete está à disposição da Associação do Loteamento Mariante e Arredores, que ainda continua aqui na nossa Casa. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.

 

O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, principalmente a comunidade de Belém Velho, da Escola Pacheco Prates: em nome da Bancada do PDT, quero saudar todos vocês com muito carinho e também as pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TV Câmara. Agradeço primeiramente à Verª Maristela Maffei, que cedeu seu tempo ao Ver. Bernardino, que teve um compromisso na Prefeitura e cedeu seu tempo a este Vereador.

Meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, na última terça-feira tivemos uma reunião na comunidade Lajeado, juntamente com o Sindicato dos Produtores de Porto Alegre. Estive lá, também o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Newton Braga Rosa, quando o Presidente do Sindicato, Cleber, deu o relato de tudo o que está acontecendo hoje na área produtiva. A minha origem é de homem do campo, tenho grande parte da minha família trabalhando no campo, produzindo, conheço o homem da roça, que trabalha no cabo da enxada, conheço a história do nosso Rio Grande. Diante de tudo o que eu ouvi naquele momento, tenho a minha consciência tranqüila por ter denunciado - não digo que foi uma denúncia - em todos os meus pronunciamentos, que estão nos Anais da Câmara Municipal... Alertei o que ia acontecer com o passar do tempo, e é o que está ocorrendo hoje. Começou em 1999, quando eu ainda não era Vereador: vim à Câmara Municipal e disse ao meu querido colega, Ver. Nereu D’Avila, Líder da Bancada: “Ver. Nereu, cuidem, pois vocês vão votar um Projeto para extinguir a área rural em Porto Alegre. Nós vamos arrumar problemas para o futuro”. Infelizmente, a Câmara votou, e nós perdemos a área rural de Porto Alegre. O tempo passou, e a Prefeitura Municipal...

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Besson, primeiro, só para confirmar que, realmente, V. Exª não era Vereador e me ligou muito preocupado. Segundo, apenas para não fazer injustiça com outros Vereadores, eu me lembro de que três Vereadores aqui lutaram denodadamente para que não fosse modificada a área rural. Esses três foram: Ver. João Dib, Verª Sônia Santos e este Vereador. De modo que esses três, eu tenho certeza... Pode haver mais, mas lembro-me hoje, com certeza, de que esses três sempre estiveram contrários a qualquer modificação na área rural, porque ela é a provedora, a riqueza e é quem alimenta esta Cidade.

 

O SR. ERVINO BESSON: Vossa Excelência foi lembrado lá ontem, inclusive o pessoal já tem o nome de vários Vereadores e de como votaram naquele dia.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Ervino Besson, lamentavelmente a Zona Rural foi derrotada pela diferença de um voto. Agora, foi uma votação que não expressava aquilo que nós juramos fazer: cumprir a Lei Orgânica. A Lei Orgânica diz que tem que ter Zona Rural, se tem Plano Diretor. Está escrito com todas as letras. E hoje ninguém sabe quem manda naquela área. O INCRA não aceita, e “paga ITR e não paga”, é uma confusão só. Eu tenho um Projeto que tramita na Casa há mais de cinco anos propondo a volta da Zona Rural, sei que já tive o seu apoio.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver. João Antonio Dib.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador) Ver. Ervino, quero cumprimentá-lo pelo tema e dizer que o atual modelo do Plano Diretor, que trata do espaço rururbano, é um modelo avançado, e o problema da produção primária nós já tínhamos resolvido, inclusive criando uma legislação que isentava todos os tributos: territorial, taxa de lixo e o predial. Com a lei que nós aprovamos agora no dia 23 de dezembro, a nova lei que eliminou aquela legislação, voltou o problema, porque a Receita Federal não está aceitando o cadastro desses produtores, e nós fomos à tribuna e dissemos que isso iria acontecer. Mesmo assim, o Governo manteve. Portanto, o problema está recolocado. Acho que nós temos que retomar esse tema, inclusive com o Governo Municipal. Obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Nós vamos retomar, Vereador; acho que toda a Câmara, nós vamos ter que estar juntos. É um nó muito difícil para ser desmanchado, e alguma coisa nós temos que fazer. Agora, quando nós votamos, eu alertei aqui desta tribuna - sobre a isenção para até 30 hectares - que quem tivesse mais do que 30 hectares pagaria o ITR. Eu disse: “Nós estamos votando uma lei que nem nós temos competência para votar, porque, se é uma área produtiva, alguém tem que pagar alguma coisa, que é o ITR”. E aconselhei muito os nossos produtores, alguns que me procuraram, para não deixarem de pagar o ITR, porque iríamos ter problemas futuramente. E o problema está aí. É um nó extremamente difícil para desmancharmos, mas temos que fazer alguma coisa, porque a Prefeitura está dando grande apoio aos nossos produtores, e estamos recuperando a credibilidade da área produtiva.

Agora, a Receita Federal não está aceitando, aceitou uma parte, aqueles que estavam inscritos no ITR. Alguns continuaram, e aqueles que não pagaram mais, a Receita Federal, Ver. Luiz Braz, não está aceitando mais. E disseram: “Nós vamos revogar todo o restante dos produtores”. Por quê? Porque nós votamos uma lei aqui que não tínhamos poder de votar. Eu disse naquele dia que não tínhamos poder para votar isso, votar uma lei isentando uma área, porque, se existe rural, tem que pagar o ITR.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino, essa Emenda de isenção de até 30 hectares é uma Emenda minha; eu a fiz, exatamente, com a consciência de que nós podíamos fazer. E até digo a V. Exª o seguinte: em relação ao ITR, isso é da Constituição, existe a isenção para áreas de até 30 hectares. Então, nós votamos aqui aquela lei, e eu votei contrariamente também - o Ver. Nereu D’Avila citou as pessoas que eram contrarias àquela modificação, e eu era uma dessas pessoas. Como nós íamos modificar, e eu via que naquela época o Partido que estava no poder tinha votos para estabelecer essa modificação para a área rural, então resolvemos manter aquela isenção, que já era do ITR. Então, pessoas que, em relação ao ITR, já eram isentas, nós as mantivemos isentas, mesmo aqui no caso do IPTU.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver. Luiz Braz. O problema está aí, Vereador, acho que agora nós estamos de cabeça fria, acho que nós vamos encaminhar diversas Comissões, com diversos Vereadores, para acharmos uma saída para isso. Se não acharmos uma saída, sinceramente, vai ser um problema muito sério para a cidade de Porto Alegre, pois nós vamos liquidar o nosso cinturão verde, e a área produtiva vai cair, tranqüilamente, em pouco tempo, nas mãos da especulação imobiliária, é uma economia que a Cidade vai perder. Está aí o problema, e eu vejo o problema com muita gravidade. Acho que o caminho que devemos tomar agora é no sentido de fazer uma reunião aqui na Casa, chamar as Receitas Federal, Municipal e Estadual, enfim, todos os órgãos, porque nós temos que desatar esse nó. Não é possível agora que, depois de muita luta, nós - a Câmara Municipal, os órgãos Executivos - deixemos os nossos produtores “pendurados no pincel”. Estaremos recuperando a credibilidade de uma área produtiva.

 

O Sr. Newton Braga da Rosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, tivemos a oportunidade de estarmos juntos na última reunião com os Vereadores.

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu estava lá também, Vereador, perfeitamente, já disse que V. Exª está dando uma grande colaboração.

 

O Sr. Newton Braga da Rosa: É muito importante dizer o seguinte: os proprietários rurais receberam o carnê do IPTU para ser pago até o dia 30 de março. Estão inadimplentes e não podem nem mais pedir a revisão, porque já passou o prazo. Ou seja, se nós formos mexer, temos que resolver o problema também de 2007, pedindo o perdão dessa dívida, porque senão vai ser difícil encontrar outra maneira de resolver. E, com relação ao ITR, a Prefeitura já concordou - a Secretaria Municipal da Fazenda - em receber, em acolher os pedidos que chegassem, sem exigir que na documentação tivesse a referência ao pagamento de ITR. Eu acho que isso tinha que ser um pouquinho explorado, porque o prazo está correndo, e seria importante não interrompermos esse fluxo iniciado pelo Sindicado dos Produtores Rurais, que já está recolhendo essa documentação. Muito obrigado pelo aparte.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Vereador. Eu acho que nós vamos, sim, trabalhar juntos. Eu vejo que a presença da Receita Federal, meu caro Ver. Newton, será muito importante nessa reunião, no sentido de ouvir os seus técnicos, pois temos que arranjar um caminho. Eu, sinceramente, não tenho conseguido visualizar um caminho para resolver esse problema. Tenho certeza de que o nosso Velhinho lá de cima, no momento oportuno, vai nos ajudar, porque estamos falando de uma área produtiva, do nosso produtor, do nosso homem do campo, de uma economia que a Cidade está recuperando.

Para encerrar, quero dizer que as únicas duas cidades neste País que têm área produtiva, um cinturão verde, chamam-se Porto Alegre e Palmas, no Tocantins. Pelo amor de Deus, nós não podemos perder essa riqueza! Obrigado, Presidenta, e desculpe-me por ter excedido um pouco o tempo.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrado o Grande Expediente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta Maria Celeste, Vereadores, Vereadoras, querida Dona Rosa, que nos visita, eu queria hoje, especialmente, agradecer a compreensão dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras ontem, por ocasião do Projeto de alteração da lei que proíbe o fumo em recintos fechados. Acho que foi uma compreensão elevada, uma demonstração de que, de fato, a democracia pode ser levada a excelentes termos, porque, na verdade, senhoras e senhores, os malefícios do cigarro são muito grandes. No mundo, morrem cinco milhões de pessoas por ano, devido aos malefícios que traz o cigarro; e, no Brasil, morrem 200 mil pessoas, segundo as estatísticas que temos.

Eu queria lembrar que muita gente precisa ver que no cigarro nós temos 80 substâncias cancerígenas; temos 4 mil e 720 substâncias tóxicas, das quais 80 são cancerígenas. Nós temos, por exemplo, o formol, que é usado para conservar cadáveres - impressionante, não é? -; nós temos a acetona, que as meninas usam para retirar o esmalte das unhas - vejam, é um removedor, e nós absorvemos isso no nosso corpo -; nós ainda temos fósforo, que é usado em veneno para matar ratos; nós ainda temos a amônia, que é usada em desinfetantes para banheiros, limpeza de pisos, etc.; nós temos a pólvora, que vocês sabem o que representa. (Exibe cartaz do Ministério da Saúde.) Então, os Vereadores foram compreensivos com esse grande problema de Saúde Pública. O nosso Presidente Lula está anunciando um programa especial para a Saúde, um PAC para a nossa Saúde, mas, se a população não preservar a sua saúde, não vai haver verba suficiente para resolver essa questão.

Hoje pela manhã, como membro da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, Ver. Nereu D'Avila, estive na assembléia-geral para a aprovação das contas da Santa Casa - elas foram aprovadas -, e lá nós vimos que a Santa Casa atende aproximadamente 400 mil pessoas por ano - 400 mil pessoas por ano! - e ainda atende pelo SUS também. Só que o SUS, para a Santa Casa, Ver. Nereu, trouxe um prejuízo financeiro, um prejuízo contábil, de 43 milhões/ano! Para cada 100 reais de custo, o SUS paga apenas 67 reais, ou seja, a Santa Casa tem 33 reais de prejuízo para cada atendimento - assim como têm os outros hospitais, assim como têm todos os hospitais filantrópicos. Na verdade, não vai chegar nunca. Nós podemos aumentar a tabela do SUS, e, ainda, os hospitais, provavelmente, terão prejuízos. Então, nós esperamos, sem dúvida, que essa tabela do SUS aumente, pois isso irá minorar o problema de inúmeros hospitais do Rio Grande do Sul que estão fechando. Treze hospitais já fecharam, temos 22 hospitais em vias de fechamento; inclusive o Hospital de Caridade da minha cidade, de São Luiz Gonzaga, está em vias de ser fechado, por prejuízo financeiro devido à baixa tabela, à baixa remuneração da tabela do SUS.

Mas, se a população não preservar a sua saúde, evitando o fumo, evitando o excesso de bebida, evitando as drogas, nós não teremos verbas suficientes para atender a saúde da população, que é um direito seu, e a vida do cidadão brasileiro merece ser preservada. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, com tanta assombração, com tanta destruição acontecendo na cidade de Porto Alegre, parece que este é um Governo que tem um ímpeto destrutivo, com algumas exceções - nós recebemos hoje o Ver. João Bosco Vaz, aqui, e eu acho que ele é uma das raras exceções. Se a gente olhar o jornal hoje, perceberemos que uma construção, um prédio, desabou e causou problemas no entorno do bairro Cascata; se nós abrirmos o jornal, nós vamos ver que pacientes e médicos da Psiquiatria do PAN 3 pedem socorro; que não há remédios nos postos de saúde da Prefeitura; que as crianças seguem dormindo nos taludes do arroio Dilúvio. Agora, até nos troncos das árvores, Ver. Adeli, moradores da Rua Demétrio Ribeiro fazem protesto, colocando cartazes, reportando-se a serviços mínimos, como a colocação de lixeiras ou o recolhimento do lixo. Uma comunidade na Zona Norte patrulha o seu posto de saúde para que o Governo não o feche por falta de segurança. Mesmo assim, eu prefiro me manifestar positivamente, querendo construir o aperfeiçoamento das relações entre as instituições. Ver. João Dib, nós não temos “telhado de vidro”, nós nunca dissemos que éramos perfeitos - erramos bastante no Governo -, mas sempre tivemos a grandeza de reconhecer algum erro; e acertamos mais do que erramos.

Em relação a esse gesto bárbaro, que aconteceu ontem, de destruição de uma pintura, chamada Cerâmica Mural, do artista plástico Mauro Fuke, lá no Viaduto Ildo Meneghetti, eu me sinto mais confortada, porque recebi um telefonema do centro do Governo, reconhecendo o grande equívoco que cometeram. E eu queria contar com esse reconhecimento e também com a Líder do Governo, que, infelizmente, está sempre ausente, pois ela não tem a humildade, não tem a grandeza de reconhecer os erros do próprio Governo. Eu creio que a maioria dos Vereadores desta Casa não usa esta tribuna para enganar, nem para confundir a população.

Quero dizer que nós deixamos quinze obras de arte públicas na cidade de Porto Alegre - um acervo da maior importância, um acervo de obras de arte contemporâneas. Eu quero citar uma frase de um poeta que infelizmente não existe mais, o Sérgio Metz, ele dizia assim: “As obras de arte estão espiando nosso trânsito, ouvindo nossos passos, sabendo nossa idade”. Que lindo, não é Ver. Todeschini? Queria citar a obra que a escultora, pintora Maria Tomazelli deixou na orla de Ipanema. Cito Tina Felice, que foi minha aluna, tenho muito orgulho dela, mas não é por isso que eu a estou citando, ela hoje expõe no Brique da Redenção. Lembro Ana Cristina da Natividade, cuja obra está na orla do Guaíba: quem passa de carro, quem passa em movimento, tem um olhar multifacetado da obra e a guarde na cabeça. Também quero falar ao Ver. João Dib, que deixou, quando era Prefeito, muitas obras de arte pública na Cidade, que o senhor conta com o nosso reconhecimento, porque quem governa tem que se preocupar com a qualidade de vida, com a estética da cidade de Porto Alegre. Eu lembro da obra “A Mãe”, que ficava em frente à Rodoviária - não sei onde se encontra agora -, e de tantas outras.

Quando o Atelier Livre completou 30 anos, nós fizemos uma festa, convidamos o ex-Prefeito Vilella e entregamos uma pasta do Atelier Livre para ele, como um construtor. Eu acho que, errando ou acertando, nós temos que ter o ímpeto de construir, de aperfeiçoar o espaço da cidade de Porto Alegre, de oferecer qualidade de vida.

Um Governo que assume sempre tem que querer fazer mais e melhor do que o Governo anterior, para isso ele foi eleito. Os jornais estão dando que a Prefeitura vai restaurar a obra do Mauro Fuke ou vai reconstruí-la, fazer outra obra. Eu desejo, sinceramente, que a Líder do Governo venha menos irritada a esta Casa, reconheça esses erros e reveja os dados errados que deu ontem no seu discurso em relação ao Auditório Araújo Vianna, tentando justificar a sua privatização. Enfim, eu quero desejar que esse mal seja reparado, vou acreditar nisso.

Como hoje a fala é positiva, quero convidar todos e todas; pessoas que nos visitam nesta Casa, as pessoas do “Porto Alegre vive”, que nos honram com a sua presença, para participarem da abertura, hoje à noite, da exposição da grande artista plástica, da pintora que hoje é Cidadã de Porto Alegre, a Paulina Laks Eizirik, no Centro Cultural Erico Verissimo, antiga CEEE, ali na Rua dos Andradas. Eu também queria dialogar com a Líder do Governo, mas ela não se encontra aqui. Que a Secretaria da Cultura não contrate mais...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Vereadora, a senhora pare de gritar; a senhora se acalme, por favor! Que a Prefeitura...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Verª Maria Celeste, espero que o meu tempo seja preservado. Ela sempre se manifesta com gritos e com falta de educação.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Por gentileza, Vereadoras. Está garantindo o seu tempo.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Quero dizer para a Secretaria de Cultura não contratar mais uma banda, por melhor que seja, para se apresentar na Semana de Porto Alegre, por 50 mil reais, como aconteceu neste ano.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Maria Celeste, Presidente da Casa; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou me dirigir à Verª Margarete Moraes, que é uma Vereadora que entende dos assuntos de obras de arte, entende dessa especialidade por ter sido Secretária da Cidade, e também me coloco à disposição para ver essas obras de arte. A Verª Margarete Moraes também disse que os Vereadores vêm aqui para falar a verdade. Com certeza, é que, na verdade, a gente sempre pode olhar por dois ângulos esta Cidade.

Ainda há pouco eu me referi na tribuna à Saúde, e agora a Secretaria de Saúde me liga dizendo que eu omiti alguns dados, porque é muito mais, Ver. Márcio Bins Ely, do que eu havia falado. Em vez de quatro postos de saúde, são seis postos de saúde, que são o Posto Rubem Berta, o Posto da Av. Assis Brasil, o da Chácara da Fumaça, o da Vila Panorama, o de Belém Novo e o de Ipanema. Esses seis postos funcionam até às 22 horas. E é em relação a esses seis postos, Ver. Márcio Bins Ely, que eu solicitei ao Prefeito Fogaça - naquela audiência que nós, os Vereadores da base, tivemos com ele - que agora, no mês de junho, julho e agosto, fosse ampliado o horário para 24 horas. O que este Vereador queria com isso? Que a Cidade toda fosse contemplada com um posto de saúde público até às 24 horas, porque esses seis postos, indo para as 24 horas, mais os quatro postos - Lomba do Pinheiro, Bom Jesus, Restinga e a Grande Cruzeiro -, atingiriam mais um milhão de pessoas, que poderiam usá-los. Seriam dez, mas atingiriam a grande parte da Cidade. Então, o Secretário, através do Dr. Eduardo, me ligou agora, dizendo que são seis postos, e que há esse pleito da nossa base de Governo, não só meu, mas de todos os Vereadores, em especial do Ver. Ervino Besson, que cuida daquela área de Ipanema, principalmente.

Falamos com o Prefeito para que o posto fosse até às 24 horas. Naquele momento, eu também não tive tempo de falar sobre a Secretaria de Educação, que está buscando os PIs - Pedidos de Investimentos - de 2002, 2003 e 2001, todos Pedidos do Orçamento Participativo que foram feitos no outro Governo, e algumas creches comunitárias que vão começar ou estão começando e serão realizadas no nosso Governo até 2008, Ver. Brasinha: a creche da Vila Dona Teodora, a do Jardim Protásio Alves, a Paulo Freire, na Arco Íris, Campos do Cristal, Vila Floresta, Condomínio dos Anjos, Rua das Baias. Num segundo momento, para 2008, a Vila Tronco, Jardim da FAPA, a Tia Helena, a Maria da Conceição; a Quadra nº 85, da Vila Esperança; a Santa Maria, no Parque Santa Fé; e a Creche Bahia, na Rua Gen. Iba Mesquita Ilha Moreira. Esse foi um pedido de 2002, que o Prefeito Fogaça, junto com a Secretária de Educação, a Marilú Medeiros, tentará realizar para contemplar essas comunidades, visto que creche, por mais que a gente faça - Verª Sofia, que já foi Secretária de Educação -, sempre faltará em nossa Cidade. Mas é um alento para nós, e é esse alento que estou dando aqui da tribuna para o nosso contribuinte.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, eu queria trazer o tema de uma creche, porque acho que necessita de muito recurso, é uma área que demanda muito, mas há soluções simples, e este Governo e a Secretária Marilú, de seu Partido, não estão conseguindo dar um encaminhamento rápido: é o caso da Vila São Vicente Mártir, a Creche Marieta Caleffi. Quero lhe passar esse tema, pois ela está há dois anos e três meses fechada; houve várias iniciativas da comunidade, reunião com a Secretária, e esta semana a comunidade nos procurou. Então, precisamos da sua ajuda, para que haja um encaminhamento imediato. Obrigada.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Vereadora, e pode ter certeza de que a gente vai encaminhar sobre a Creche Marieta Caleffi, até porque V. Exª tem o domínio e conhece essa área, que é a área da creche, a área das crianças que muito necessitam nesta Cidade.

Por último, eu queria dizer aqui pela TVCâmara e para todos os nossos Vereadores, Vereadoras e público que nos assiste aqui na Casa que, na próxima quinta-feira, vai ser realizada a solenidade de inauguração, pelo Prefeito Fogaça, junto com a Primeira-Dama, com o Secretário Municipal Pedro Gus e o Dr. Carlos Henrique Casartelli, Diretor-Geral do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, da Unidade Mamãe Coruja, uma unidade para cuidar os filhos dos funcionários do Hospital Presidente Vargas, visto que aquele Hospital muito se dedica à nossa comunidade, com a área psiquiátrica, a área materno-infantil. E esse convite estendo a toda a nossa comunidade. Isso ocorrerá no dia 03 de maio, na próxima quinta-feira, às 14h30min, lá no Hospital Presidente Vargas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Esse foi o último Vereador inscrito no período de Comunicações.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Presidente Maria Celeste, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço ao Líder da Bancada, Ver. Nereu D’Avila, que, pelo nosso rodízio hoje, era quem falaria agora. Agradeço este espaço, visto que já falei nesse expediente hoje sobre a cidade de Porto Alegre. Gostaria de falar agora em meu nome, no que diz respeito principalmente às atividades esportivas. Pediria licença aos demais Vereadores e Vereadoras para fazer um relato sobre como anda o esporte amador em Porto Alegre, o esporte de várzea, os campos de futebol, visto que a Secretaria Municipal de Esportes, do Secretário João Bosco Vaz, tem feito um excelente trabalho.

As ligas municipais são as ligas que cuidam do futebol no bairro. E é sobre elas que queria falar e sobre os campeonatos que estão começando, que começaram domingo passado, principalmente, lá na nossa Região Sul e aqui no Centro, no Campo do Tamandaré, no Parque Ramiro. Todas essas ligas de futebol, que são em número de 22 - no total mesmo são 48 ligas, mas 22 estão em atividade -, representam mais de 170 times de várzea, Futebol Onze, que estão em atividades em Porto Alegre, fora os jogos amadores que existem em toda a nossa Região durante a semana. Essas ligas de futebol são as que levam os times a disputar o campeonato daquela região, para puderem participar do Campeonato Municipal, que é organizado pela Secretaria Municipal de Esporte, onde o Ver. Márcio Bins Ely já esteve como Secretário Municipal, já cuidou de um campeonato do ano passado. Este ano, Ver. Márcio, as equipes já estão se preparando, e elas cuidam os campeonatos que têm mais vagas para o Municipal.

Então, às vezes, para os Vereadores, isso não importa muito, mas para mim, que sou oriundo dessa categoria, do esporte amador, é muito válido fazer esse relato. E quero dizer que os campeonatos estão em andamento, e, junto com esses campeonatos municipais das ligas de futebol independente, está se realizando, aos sábados, a Copa Paquetá de Futebol Amador. A 17ª Copa Paquetá de Futebol Amador também é muito importante para nós, da várzea, porque é um campeonato privado, mas que abre os times de futebol, inclusive de qualquer espécie, desde a vila até o pessoal aqui do bairro Moinhos de Vento, que tem seus representantes. A Copa Paquetá junta, inclusive, três Cidades da Grande Porto Alegre: Guaíba, Portão e Viamão. E, nesse Campeonato Paquetá, é distribuído um prêmio com um valor significativo para essas equipes da várzea de Porto Alegre.

E também faço uma referência ao Dr. Rui Larrosa, que faleceu no fim do ano passado; este ano ele não está junto conosco aqui, mas, lá de outro plano, com certeza, está-nos acompanhando. E deixo este apelo aqui, se os diretores da Copa Paquetá, por acaso, nos escutarem, eu faço este apelo, já que se tem falado que a Copa Paquetá pode terminar este ano: nós, do futebol amador, não gostaríamos que terminasse a Copa Paquetá, visto que hoje são cem equipes de time amador adulto e mais 24 sub-17, que engloba umas quatro mil pessoas, todos os sábados, envolvidas nesse campeonato. Faço um apelo ao pessoal da Paquetá, à Paulina, Diretora, e ao Rodrigo, para que mantenham a Copa Paquetá na nossa Cidade, que é muito importante para o futebol da várzea de Porto Alegre.

Então, neste momento, peço desculpas a todos os Vereadores e Vereadoras por ter usado esse tempo para mim, para minha área, que é a área do esporte amador, do futebol de Porto Alegre, que não pára nunca. Porto Alegre tem futebol de segunda a segunda, principalmente nos fins de semana. Nesse domingo, por exemplo, no campeonato da Praça Tamandaré, faltou horário para um jogo, que veio a ocorrer no Parque Marinha do Brasil. Agradeço a atenção, Verª Maria Celeste, agradeço por mais esse tempinho. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Estamos recebendo hoje a Escola de Educação Básica Almirante Bacelar, uma visita orientada à 3ª série, são 40 alunos dessa Escola; recebemos, também, as professoras Ana Beatriz Ricalcati e Vera Enilda Fidelix. Essa atividade faz parte do Projeto Educação Política que o Memorial da nossa Casa desenvolve com escolas e entidades da cidade de Porto Alegre. Sejam muito bem-vindos, nós já tivemos a oportunidade de estar com as crianças na inauguração da exposição a respeito dos índios na nossa Casa. Sejam muito bem-vindos à nossa Casa. (Palmas.)

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, mui digna Vereadora Maria Celeste; nobres Vereadoras, nobres Vereadores, público que nos assiste, uso o período de Liderança dos Democratas no dia de hoje para dizer que, como nos outros dias, Ver. João Antonio Dib, a gente amanhece com diversas novidades, um round de notícias nas madrugadas, coisas que vêm fazer com que a gente lamente esse pool de crescimento que o mundo enfrenta, e o nosso País teima em não crescer. Teima porque, entre as novidades do dia de hoje, diante do gigantismo do Estado, do aumento da máquina pública, que está pesadíssima, que gera custos, nós temos novamente a notícia de mais um Ministério neste País. Há poucos dias, eu vim aqui dizendo que havia sido criado um Ministério, eu não sabia nem o nome. E hoje amanhecemos com mais um Ministério. Quer dizer, novamente afagando a grande mexicanização deste País do Partido único, do “sim, senhor”, agora temos um Ministério cujo nome é “dos Portos” e não sei mais o que mais. Uma verba de 300 milhões de reais a 400, 500 milhões de reais, para ser colocado à disposição, a serviço de um Partido político.

Outra coisa também que eu vi na campanha é que o Presidente da República não iria mais aumentar impostos, que já havia demais. Mas ele continua aumentando, aumentando impostos e juntamente, claro, aumentando despesas. Aumentar impostos, seja válido ou não, não interessa, mas imposto dá importação de 20% para 35%. Quer dizer, não é aumentando a alíquota que nós vamos salvar as nossas empresas que estão sendo substituídas pelas importações, que cada vez estão mais baratas pela situação do nosso câmbio.

Agora, o que me preocupa mesmo - porque uma das maiores virtudes de um administrador é prevenir, é saber que poderá chover em grande densidade e poderá alagar uma cidade - é que a dengue está avançando no Estado do Rio Grande do Sul. Pergunto aos senhores: o que está sendo feito para evitar que ela chegue em Porto Alegre? Ou depois que ela nos acometer é que nós vamos atrás para ver o que podemos fazer, como tudo é feito neste Brasil? Em pleno século XXI, jamais nós, gaúchos, pensaríamos um dia que aqui teríamos a dengue por causa do nosso inverno. Mas está aí a dengue, assolando nossas famílias, nossos filhos. Então, preocupo-me muito mesmo com essa democracia política que temos, com esse desleixo administrativo que acomete a todos nós.

Mas temos também notícias boas para trazer neste momento, que é um convênio firmado com a Secretaria Municipal do Esporte, Ver. Mario Fraga, e o Geraldo Santana. Nesse convênio, como diz o jornal Correio do Povo, o Geraldo Santana cedeu 20 vagas para a Secretaria Municipal do Esporte para filhos de pais que ganham até três salários mínimos.

Eu fico contente, Ver. Dib, porque fui um dos causadores desse convênio, porque, na nossa administração, com a ajuda dos associados, nós construímos as ferramentas para que esse convênio pudesse ser feito. Ou seja, construímos uma piscina suspensa, o futebol sete, o ginásio de esportes e uma série de coisas.

Agora, a única coisa que me preocupa com relação a esse convênio é saber como será feita a seleção desses jovens carentes de Porto Alegre. Porque, dentro do Geraldo Santana, temos muitos pais que não ganham três salários mínimos. Então, peço vênia ao Secretário de Esportes, ao nosso Prefeito no sentido de que essas 20 concessões permaneçam dentro do Geraldo Santana, porque foram esses sócios que construíram aquela piscina, aquele ginásio de esportes, e tudo que será usado pela Secretaria Municipal do Esporte, gratuitamente, é patrimônio que os sócios do Geraldo Santana construíram e que está dentro do parâmetro. Quero que o nosso Presidente do Geraldo Santana e a Secretaria atentem para isso, que busquem essas 20 crianças dentro do quadro de sócios, de dentro da família militar, que também está carente, com baixos salários, sendo pagos pelas Forças Armadas, quando um General ganha menos que um Capitão da Brigada em Brasília. Temos lá, também, gente carente, que precisa desse amparo; que não dêem para as crianças de fora.

Concluindo, Srª Presidenta, mais outra pérola do dia: a voz de Mangabeira Unger, grande crítico do Presidente Lula, hoje está sendo abafada com a entrega de um Ministério. Lembro quando ele escreveu: “Afirmo que o Governo Lula é o mais corrupto da nossa história”, e hoje ele é Ministro de Lula. Eu não entendo esta relação: antes era inimigo, mas recebe um cargo e se torna amigo. Por isso, o programa “Casseta e Planeta”, às vezes, tem razão em falar o que falou na noite de ontem, por exemplo. Obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, público da TVCâmara, falo em Liderança, em especial, para relatar à comunidade de Porto Alegre o que está acontecendo em relação à Unidade Básica de Saúde São José, que é uma unidade municipalizada e que teve o seu atendimento interrompido há alguns dias em função da sua estrutura, que é muito precária. O que aconteceu? A comunidade, junto com os profissionais da Saúde, resolveu paralisar as atividades. Em cima disso, a COSMAM - Comissão de Saúde desta Casa - teve uma participação ativa, e fomos tentar, junto com a comunidade, traçar uma solução. Já havia uma solicitação de um local na Região, uma ponta de uma praça, onde poderia ser construída uma nova unidade de saúde. Então fizemos uma Audiência Pública aqui, com a comunidade, e se conseguiu, na noite de ontem, que a praça fosse liberada pela SMAM, para que fosse construída uma nova unidade na Unidade Básica de Saúde São José.

Então, este momento é um momento em que a comunidade ficou parcialmente satisfeita, agora nós precisamos fiscalizar, realmente, as obras, e foi conseguido recurso junto à municipalização solidária, através do Governo do Estado, da própria Prefeitura e também através de uma Emenda Federal, que foi também muito importante dentro do processo. Agora, a comunidade vai acompanhar, criou-se uma comissão para isso. Ontem estivemos lá nessa Audiência, na própria praça, onde a comunidade se manifestou, na sua integralidade, favorável à utilização do local. Eu acho que foi muito importante aquele acontecimento, tivemos de duzentas a trezentas pessoas lá, e todos se manifestaram de uma forma positiva a respeito da construção e da solução desse problema.

Estamos, também, lutando pela municipalização das Unidades Básicas lá existentes, ligadas ao Centro de Saúde Escola Murialdo, porque o bairro Partenon precisa de um atendimento melhor, a Zona Leste, e essas unidades podem melhorar muito dentro de um processo de municipalização.

E, para concluir, eu gostaria de falar um pouco mais da área da Saúde. Realmente - e já foi falado aqui pelo Ver. Nedel -, a tabela do SUS não é reajustada praticamente há mais de dez anos, isso faz com que os profissionais da área da Saúde, os hospitais, os atendimentos básicos de Saúde, que recebem pelo SUS... Esses recursos acabam sendo muito precários. Eu acho que está na hora de o nosso País se voltar um pouco para a área da Saúde e valorizar os profissionais da área da Saúde, que tanto fazem, que tanto militam, porque, na realidade, o maior plano de saúde do nosso País, ao qual a grande maioria da população tem direito e utiliza, é o sistema público, é o SUS.

Em relação a uma visita que fizemos ao PACS - Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul: vimos, infelizmente, que a situação não é muito boa. Existe um número excessivo de pacientes que ficam lá por um tempo, muitas vezes além do que deveriam, em função da falta de leitos hospitalares. O Município, agora, tratando desse assunto, está providenciando através de parcerias para que haja uma descentralização do atendimento psiquiátrico de urgência na Cidade; isto já está sendo feito, estão trabalhando nesse sentido. Além disso, também se está entrando em contato no sentido de que haja um maior número de leitos psiquiátricos à disposição da comunidade. É muito importante que, a médio prazo, seja aplicado o Plano Municipal de Saúde Mental, através, principalmente, de um número maior de leitos psiquiátricos e das interconsultas, ou seja, de equipes que vão até as unidades, que vão fazer um atendimento em todas as áreas de Porto Alegre, para que haja esse atendimento psiquiátrico nas áreas, no local, para que os casos não cheguem à hospitalização. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1248/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o “caput” do art. 3º da Lei nº 3.397,  de 2 de julho de 1970, que disciplina o Comércio de Jornais e Revistas nas vias públicas e outros logradouros públicos e dá outras providências, e alterações posteriores, incluindo a obrigação, ao licenciado ou a seus auxiliares, do recolhimento de contribuição previdenciária ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS -, para o exercício da atividade licenciada, e excluindo-lhes a obrigação da inscrição na Associação ou no Sindicato de Classe para esse exercício.

 

PROC. Nº 1252/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 1º do art. 1º da Lei nº 7.865, de 22 de outubro de 1996, que autoriza o Comércio Ambulante com fim específico para conserto de sapatos e dá outras providências, assegurando o direito de preferência aos artesãos  que já exercem essa atividade, bem como aos que recolhem contribuição previdenciária junto ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

 

PROC. Nº 1253/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 031/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que altera o § 1º do art. 1º da Lei nº 4.555, de 30 de abril de 1979, e alterações posteriores, que autoriza o Município a permitir licenças para o exercício do comércio ambulante e dá outras providências, incluindo preferência às permissões para os licenciados que estejam inscritos e que recolham contribuição previdenciária junto ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS.

 

PROC. Nº 1312/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera a ementa, o art. 1º e o art. 3º da Lei Complementar nº 493, de 19 de agosto de 2003, que dispõe sobre segurança em estabelecimentos  comerciais e congêneres, altera a Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, e dá outras providências, incluindo proibição de qualquer atividade ligada ao transporte de valores durante o horário de atendimento ao público, em centros comerciais, “shopping centers” ou similares, bem como nos horários destinados à entrada e à saída de alunos, nas áreas próximas a escolas.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0948/06 – SUBSTITUTIVO Nº 01,  que disciplina a utilização das caçambas estacionárias nas vias públicas municipais, determina penalidades pelo não-cumprimento do disposto nesta Lei, revoga as leis nos 7.969, de 21 de janeiro de 1997, 8.401, de 9 de dezembro de 1999 e 9.080, de 9 de janeiro de 2003, e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/06, ambos de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

PROC. Nº 1168/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 005/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que cria o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Conselho Municipal do FUNDEB -, dispõe sobre a atuação dos membros e competências desse Conselho, revoga a Lei Complementar nº 421, de 28 de agosto de 1998, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1439/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Claudio Halin Rihan.

 

PROC. Nº 1487/07 - PROJETO DE LEI  DO LEGISLATIVO Nº 042/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que estabelece a publicação gratuita, no Diário Oficial de Porto Alegre, de fotografias e dados referentes a pessoas desaparecidas.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5924/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 034/06, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que acrescenta § 5º ao art. 98 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e alterações posteriores, que estabelece o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre, concedendo o pagamento da gratificação natalina até o terceiro dia anterior à data de aniversário natalício do funcionário que a requeira com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias.

 

PROC. Nº 1084/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/07, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que cria Programa Municipal de Prevenção, Redução e Compensação de Emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e demais Gases Veiculares de Efeito Estufa, determina a criação de fundo municipal para a redução de CO2  e demais gases veiculares de efeito estufa e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1335/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/07, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Luciano da Costa Mathias.

 

PROC. Nº 1369/07 - PROJETO DE LEI  DO LEGISLATIVO Nº 035/07, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Empresário Claudio Oderich.

 

PROC. Nº 1851/07 - PROJETO DE LEI  DO EXECUTIVO Nº 009/07, que altera a redação da ementa, do artigo 1º e seu parágrafo único da Lei nº 9.952, de 04 de abril de 2006, que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1852/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/07, que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária, através de concessão de Direito Real de Uso.

 

PROC. Nº 1877/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 042/07, de autoria da Mesa Diretora, que inclui art. 63-A na Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), e alterações posteriores, possibilitando, por deliberação da Mesa e das Lideranças, mediante Resolução de Mesa, a constituição de Comissão Especial para avaliar e discutir a implementação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), bem como para propor-lhe correções e complementações e relatar projetos que disponham sobre sua alteração.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria - e gostaria muito - que o art. nº 229 do Regimento Interno fosse respeitado, que as Comunicações de Liderança fossem urgentes, inadiáveis e submetidas à consideração da Presidência. E a Comissão de Constituição de Justiça informou que eu tinha razão.

Hoje nós temos quatro novos Processos na Pauta, todos Projetos de Lei do Legislativo.

A Verª Maria Luiza, que apresenta três Projetos, pretende terminar com a informalidade ajudando a Previdência Social, sem dúvida nenhuma; mas há algumas coisas que precisam ser verificadas. Por exemplo, no primeiro dos Projetos, ela altera o caput do art. 3º da Lei nº 3.397, mas, depois dessa lei, outras leis alteraram a lei, inclusive dizendo que, para que chegue à condição de trabalhar com jornais e revistas, precisa estar inscrito no INSS. Mas, de qualquer forma, é uma preocupação. É preciso haver uma consolidação das leis no nosso Município, porque há leis falando sobre o mesmo assunto, e reiteradas vezes acontecem coisas como essas que estão aqui. Parece-me que, se houvesse consolidação, nós não teríamos necessidade das leis.

O Ver. Professor Garcia quer alterar a hora de recolhimento de valores pelas empresas que fazem transporte de valores para o momento em que os shopping centers não estão funcionando. Portanto, para depois das 22 horas. Eu não sei se é viável, se não é viável, não é o problema de leis que vai dar segurança ao nosso Estado, ao nosso País e nem à nossa Cidade. De qualquer forma, vale a pena a análise.

Eu quero dizer, de novo, que o Projeto do Ver. Carlos Todeschini que está em 3ª Sessão hoje merece a atenção desta Casa, merece que se procurem autoridades sobre o assunto, para debatê-lo amplamente, porque é algo de interesse mais do que municipal: é de interesse nacional.

E quero também dizer que o Projeto de Lei do Município que desafeta próprio municipal de uso comum do povo, praça, e que leva o nome do ex-professor Egydio Ervê tem toda a minha contrariedade, apenas por conhecer. Eu já perdi, nesta Câmara, uma votação, 26 votos contra o meu, porque eu não queria que a Praça Cosme Galvão fosse utilizada pela Prefeitura na Administração anterior para dar direito real de uso. Se eu não aceitava lá, eu não aceito hoje aqui. Como eu disse, quando o Ver. Ervino Besson falou: no momento em que foi aprovado o Plano Diretor, em 1999, eu entrei com um Projeto de Lei - que tramita e todos os anos é colocado na Ordem do Dia, mas, na hora, alguém tira - para que seja restabelecida na cidade a Zona Rural, porque está escrito na Lei Orgânica que tem que ter Zona Rural. E eu vejo que nós fazemos leis, leis e mais leis, mas não encontramos soluções. Parece que criamos problemas, fazendo leis. Eu sempre digo que lei deve ser clara, precisa, concisa, para que possa ser respeitada. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público presente e assistência desta Sessão, retorno mais uma vez a esta tribuna para discutir, em 3ª Sessão, o Projeto de nossa autoria, que é o Projeto que cria o Programa de Redução de Emissões de Dióxido de Carbono em Porto Alegre.

Ele vem à discussão porque hoje um terço do noticiário de toda a mídia nacional e internacional se ocupa do tema, dada a gravidade e as previsões feitas pelos cientistas em reuniões, em assembléias recentes, como a que aconteceu há pouco tempo em Paris, com 2.500 cientistas de 130 países, estudiosos que emitiram um relatório alertando sobre a atual situação do aquecimento global.

As conseqüências previstas no relatório são simplesmente catastróficas: no ano de 2010, com a elevação de 1,8 graus centígrados médios, podendo ir até 4 graus, deverá ocorrer o derretimento das geleiras do Pólo Norte, elevando o nível dos mares em 59 cm, podendo ir até 1,5 metro. Além disso, áreas usadas atualmente para agricultura transformar-se-ão em desertos, e ondas de calor e fenômenos da natureza, como ciclones, serão mais freqüentes, obrigando milhares de pessoas a migrarem para áreas menos atingidas por essas conseqüências. Nós já tivemos, no ano passado, uma estiagem sem precedentes na Amazônia, temos as fotografias da tragédia, de rios completamente secos, ou com um filete apenas de água no canal central. Assim como nós temos também os primeiros refugiados ambientais do planeta, onde uma ilha, com cerca de mil habitantes, simplesmente foi tomada pela água do mar.

Estas questões requerem análise, reflexão, programas governamentais, atitudes de todos. Porque, se a ação é global, se as conseqüências que nos atingem são globais, as ações para reverter esse quadro são ações de responsabilidade de todos: autoridades, políticos, estudantes, acadêmicos, empresários, ambientalistas, sociedade civil e público em geral, pois as conseqüências já estão sendo sentidas, não é algo para o futuro.

E aqui quero fazer uma correlação direta. Por exemplo, nós estamos vivendo um surto de dengue no Estado, Ver. Aldacir Oliboni, com cerca de 300 casos notificados, classificados como suspeita. Isso nada mais é do que uma brutal alteração no clima; o ciclo das populações dos vetores, no caso o mosquito Aedes aegypti, que era estabilizado, não tem mais a estabilidade ou a redução das populações, devido aos períodos de frio que antes nós tínhamos, inclusive aqui no Rio Grande do Sul, como ponto mais extremo, mais ao Sul do País. E outras inúmeras pragas agrícolas surgem, e outras doenças passam a integrar também o meio ambiente, devido ao desequilíbrio, ao desaparecimento de espécies e mutações genéticas.

O ambiente está muito modificado, a ponto de termos um verão insuportável como este de 2007. Há a proliferação de algas nas águas, com o gosto característico insuportável aqui, algo que, mesmo com toda a eficiência e toda a qualidade do tratamento do DMAE e da Corsan, não consegue ser retirado da água que nós necessitamos todos os dias beber.

Estamos propondo que Porto Alegre lidere, em nível nacional, a discussão, o debate e as iniciativas que nos cabem ser tomadas, pois 75% dos gases, dos produtos causadores do efeito estufa são gerados nas cidades. E é nas cidades que nós temos que propor as medidas, para que se faça o devido combate, a redução necessária desses efeitos danosos gerados pelos gases do efeito estufa, em particular o CO2.

Concluo a minha manifestação dizendo que o Projeto é uma proposta, está aí para ser aperfeiçoado, podendo receber a bem-vinda colaboração de todos os Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; senhoras e senhores, quero trazer novamente uma contribuição ao Projeto de autoria do nosso colega e companheiro Carlos Todeschini, que propõe que o Município crie o Programa Municipal de Prevenção, Redução e Compensação de Emissões de Dióxido de Carbono e demais Gases Veiculares.

Prezado Todeschini, esse é um tema central de Estado, esse é um tema central de gestão pública, que tem que se preocupar com o tema ambiental. E eu faço essas referências obviamente elucidando e trazendo a afirmação positiva do Projeto, porém não podemos deixar de fazer a relação neste momento com a discussão que está acontecendo na Cidade sobre o projeto mais importante que teremos que revisar nesta Casa: o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. Em relação a essa revisão, cujos estudos a Secretaria do Planejamento encaminhou para a Cidade, está sendo dito hoje no Diário Oficial do Município: “Município terá participação popular na discussão do Plano Diretor”. Se está dizendo isso no Diário Oficial, confirma a tese que defendemos de que não está havendo processo de planejamento participativo, que é apresentar e poder discutir com as comunidades e com os interessados o significado desses temas.

E, no que diz respeito, Verª Margarete Moraes, ao tema da estratégia de qualificação ambiental, a proposta apresentada pela Secretaria Municipal do Planejamento não apresenta nenhuma vírgula - uma vírgula sequer - das diretrizes que têm que ser apresentadas para contribuirmos com a qualificação ambiental da Cidade.

Vejam os senhores, aqui estão a comunidade da Cidade Baixa e outras, que a estratégia de qualificação ambiental diz que há dois temas a serem tratados: as Áreas de Interesse Cultural e as Áreas de Interesse do Ambiente Natural. O que são as Áreas de Interesse de um Ambiente Natural? São os nossos rios, os nossos arroios, as nossas matas, são todas as áreas a serem protegidas. É identificar inclusive onde está toda a irregularidade na Cidade, e nós temos 632 vilas irregulares, e, com o advento do Estatuto das Cidades, é permitida a regularização dessas comunidades. Mas tem que definir o limite com as Áreas de Interesse Ambiental e deixar isso gravado definitivamente. Essa é uma contribuição que a pasta do Meio Ambiente poderia e deveria ter apresentado para a Cidade. Isso é proteger as matas, é proteger a camada de ozônio.

Ver. João Antonio Dib, V. Exª é do mesmo Partido do Secretário Beto Moesch: o Secretário Beto Moesch tem que trazer esse estudo para a Cidade. Porque, se não trouxer esse estudo, a revisão do Plano Diretor vai ficar ainda na margem, talvez, por mais uma década, e nós fazendo essa discussão em conjunto com outras discussões necessárias à regulamentação.

Portanto, quando trago aqui a discussão do Projeto do Ver. Carlos Todeschini que se preocupa com o tema do aquecimento global, eu quero dizer, com muito prazer, Verª Margarete Moraes, que ontem a minha filhinha de cinco anos chegou da escola, e sabem qual o tema que trataram na escola? Entender o buraco na camada de ozônio e quais as ações que nós poderíamos fazer nas nossas casas. Se a minha filhinha de cinco anos, Ver. Adeli Sell, está fazendo isso, por que o Secretário de Meio Ambiente da Cidade não apresenta uma proposta integral, uma proposta que resolva a questão da proteção dos nossos arroios, da nossa vegetação, montando uma política para a diminuição da emissão dos gases? Afinal, nós queremos continuar transportando os passageiros da Cidade, pois, hoje, 54% da população utiliza o automóvel para a locomoção, em cima do pneu e do combustível, ou nós queremos mudar essa matriz? Isso tem que vir como proposta concreta para analisarmos dentro do sistema de mobilidade. Isso é política ambiental, sim! A política ambiental não está dissociada do entendimento da evolução e da construção da Cidade que queremos.

Portanto, o Projeto que cria o Programa de Redução de Emissões de Dióxido de Carbono tem de estar orientado pela matriz energética, pelo potencial que temos de preservar, e também devemos desenvolver a educação ambiental, porque queimar plástico nas comunidades da Cidade é gerar dioxina, e isso destrói a camada de ozônio. Isso é educação ambiental. E é o que mais acontece em nossa Cidade hoje: as comunidades, para se verem livres do lixo que não é recolhido, queimam-no. Portanto, quero parabenizar novamente aqui o Ver. Carlos Todeschini pela iniciativa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; colegas Vereadoras e Vereadores, demais pessoas que nos acompanham, realmente é importante, e, para nossa felicidade, foi apresentado pelo Ver. Carlos Todeschini esse Projeto, que toca num tema que não é só de Porto Alegre, poderíamos dizer, hoje, Ver. João Carlos Nedel, que é um tema da humanidade, do planeta. Há cinco anos, dez anos, falar em impacto significativo no meio ambiente era considerado por muitas pessoas como coisa de ecologistas meio louquinhos, pessoas que só pensavam no verde, na árvore. Mas agora, depois dos relatórios da ONU, que juntou cientistas de qualidade do mundo inteiro, passou, sim, a ser uma preocupação da humanidade. É um Projeto que toca nesse tema, é um Projeto de muita densidade, mas, como disse o Ver. João Dib, nós temos que analisar com muito carinho.

Porto Alegre, muitas vezes, dá exemplo de proteção ambiental; já deu quando um estudante de Agronomia subiu numa árvore da Av. João Pessoa para impedir que fossem derrubadas várias árvores, para a construção do viaduto naquela mesma avenida. A Prefeitura desviou um pouco o desenho do viaduto, mas ele foi construído, mostrando que o progresso, quando é bem-resolvido, bem-encaminhado, não apresenta contradição em relação à proteção do meio ambiente.

Mas quero também abordar o Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo com relação às caçambas. No meu segundo mandato, em 1997, esse tema veio muito fortemente para a Câmara, quando aconteceu, um pouco antes, a morte do garoto Thiago Gonzaga, que, num acidente de trânsito, bateu numa daquelas caçambas e veio a falecer. Na dor da família, sua mãe, Diza Gonzaga, e seu pai criaram uma fundação, que passa a fazer um trabalho muito importante para a nossa juventude, tentando evitar mortes e mais mortes no trânsito.

Então, aquele assunto veio muito forte à Câmara, e foram elaborados Projetos nessa direção. Este Vereador apresentou um Substitutivo a um Projeto do Ver. Jocelin Azambuja. Na ocasião, inclusive, eu fiquei muito triste porque um Vereador chegou e me disse: “Guilherme, o seu Projeto é o melhor, mas eu vou votar no outro, porque eu já me comprometi”. Às vezes, a gente tem vontade de desistir, quando ouve uma coisa dessas, mas, enfim, estabeleceu-se uma legislação, e depois ela foi modificada, posteriormente, duas vezes. Agora, V. Exª tenta dar uma simplificada, digamos. Há um item no Projeto de V. Exª de que eu gostei muito, porque era, exatamente, um dos aspectos que o meu Substitutivo trabalhava, aumentando significativamente a área das faixas reflexivas nas caçambas, que ficaram muito pequenas. E foi muito triste de ver, porque naquela ocasião nós trabalhávamos ainda no Plenarinho, e esteve aqui o representante de uma das empresas - a maior empresa, inclusive, de caçambas - e disse que aumentar um pouco o tamanho aquelas faixas ia inviabilizar o negócio. Foi muito triste ouvir aquilo. Terminou sendo votado o Projeto que deixava as faixinhas em tamanho pouco visível. Então, gosto muito quando V. Exª propõe que algumas faixas sejam de 50%, na frente e atrás, na totalidade.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Guilherme Barbosa. Eu vi que V. Exª, realmente, conhece o nosso Projeto, porque falou exatamente o que é. Eu só queria, a título de esclarecimento, dizer que nós entramos com um Substitutivo do nosso próprio Projeto...

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Eu vi que ficou melhor.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: Em razão da legislação federal e de um pedido especial e até em função de uma negociação com os técnicos da EPTC, para bem aplicar.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Perfeito. Eu só faria duas observações: uma, eu acho que tem que manter a referência, Ver. Bernardino, ao Código de Limpeza do Município. Acho importante, porque não é dito nada com relação a isso, e, quando estão sendo colocados entulhos na caçamba, muitas vezes, o entorno da caçamba fica sujo. E a proposta de V. Exª não fala sobre isso. O Código de Limpeza Urbana, a Lei Complementar nº 0234/90, define que tem que haver a limpeza do entorno. Portanto, eu acho importante isso, e depois uma Emenda, de repente, resolve. No item das multas, da punição, não fica claro que se trata de uma seqüência; entende-se de uma forma indireta, mas não está claro que isso é uma seqüência. Então, eu também deixo essas sugestões.

Quero por último dizer, já encerrando, Presidenta Maria Celeste, que as fotos que V. Exª coloca no Processo mostram que, na verdade, o grande problema hoje é de fiscalização. Infelizmente, nem o DMLU nem a EPTC fazem qualquer fiscalização, porque mesmo aquelas pequenas faixas reflexivas às vezes desaparecem. Há algumas dessas caçambas que são, à noite, absolutamente invisíveis, transformando-se num grande perigo nas nossas ruas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Srª Verª Maria Celeste, Presidenta da Câmara e dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, nós temos hoje, em 3ª Sessão de Pauta, o Projeto de Lei do Executivo nº 009/07, que autoriza o Poder Executivo a contratar operações de crédito com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências.

Essa operação de crédito é no montante de 133 milhões de reais e tem a ver com investimentos em saneamento básico e com o Programa Integrado Socioambiental para a cidade de Porto Alegre. Obviamente um Programa importantíssimo, um Programa que teve início na gestão anterior, da Frente Popular, e que nós temos que dar continuidade. Agora, como já disse várias vezes, desde que o Secretário Municipal da Fazenda veio aqui e nos contou uma historinha de que Porto Alegre não tinha mais condições de buscar operações de crédito por supostos déficits altíssimos, dívidas internacionais e assim por diante, desde lá é uma operação de crédito atrás da outra - impressionante! Tivemos uma há pouco tempo, que abria crédito junto ao Banrisul e junto a uma outra instituição que me escapa o nome agora, no montante de 40 milhões de reais para ser mais exato. E eu disse: “Se não há crédito” - dito pelo Secretário Municipal da Fazenda, que estava negociando para reabrir crédito do Município - “como é que agora teria como aprovar Projeto nessa área?” A gente aprovou; nenhuma explicação.

Agora há mais uma operação de crédito. É verdade que esse é um Programa do Governo Federal, aliás, se não fosse o Governo Federal, pouco se veria de investimento nesta Cidade. Segundo o Secretário Clóvis Magalhães, Verª Margarete Moraes, já estão liberados, pelo Governo Federal, para este ano, 160 milhões de reais para Porto Alegre, e disse o Secretário Municipal da Fazenda, sentado ali, naquela mesa, que o investimento total de Porto Alegre no ano passado foi de 84 milhões de reais - metade do que o Governo Federal, sozinho, está investindo em Porto Alegre neste ano! E agora se abre crédito de novo.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Marcelo Danéris, realmente a Prefeitura do Sr. José Fogaça, ao assumir, não tinha crédito internacional, tanto que, na primeira semana de Governo, pagou cinco milhões de dólares ao BID, quantia que deveria ter sido paga dois anos antes, em 2003. Mas com a melhora das condições de financiamento, aliás, de gestão, não há mais déficit, a Prefeitura pagou as contas e está abrindo crédito novamente. Agora, é investimento do Governo Federal, quer dizer, o BNDES está permitindo, não é investimento do Governo a fundo perdido, não! A Prefeitura vai pagar, e diz respeito ao Programa, como disse bem V. Exª, Integrado Socioambiental, que começou com o nosso querido Todeschini e que continua agora.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Agradeço seu aparte, se bem que sou obrigado a lhe dizer uma coisa, independentemente do mérito, Ver. Dib: este Governo Fogaça, a Governança Fogaça não merece que o senhor seja um dos aparteadores para defendê-la, não merece; o senhor tem outra estatura e outra história, e esta Governança Fogaça não merece tê-lo como um dos defensores - não merece.

Mas quero dizer aqui que minhas palavras em relação ao crédito foram ditas pelo Secretário Municipal da Fazenda, que falou que negociava a reabertura dos créditos com o Governo Federal e que até final de maio estaria resolvido. Ora! De lá para cá - e até antes - já havia o Projeto, o que demonstrava que não era verdade, primeiro, o déficit; segundo, que havia dívidas internacionais não pagas. Não. Havia uma negociação para serem pagas em janeiro, dívidas que poderiam ser, ainda, amortizadas, mais uma vez, por doze meses. A incompetência da Governança Fogaça fez com que não se apresentasse esse novo pedido de amortização.

Cada projeto desses será lembrado por mim aqui, para mostrar que a Governança Fogaça recebeu, sim, as finanças equilibradas da Prefeitura de Porto Alegre anteriormente a este Governo, e que a tentativa de justificar o seu não-investimento em Porto Alegre, às custas de uma mentira de dívidas, desmonta-se pela sua própria ação, que aqui está comprovada nesse e em outros projetos que mostram que Porto Alegre tem crédito nacional e internacional, e que assim foi deixado pela Prefeitura da Frente Popular.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há um tema que pretendo examinar. Diria que é irrespondível a afirmação feita da tribuna pelo Ver. Marcelo Danéris - é irrespondível. A Prefeitura, quando o Prefeito Fogaça assumiu, estava com a sua capacidade de endividamento profundamente comprometida. Não vou fazer esse debate porque, quando é público e notório, dispensa maiores argumentações, essa é a verdade. Sem falar dos problemas todos que o Prefeito enfrentou.

Mas, Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, se nós examinarmos a situação dos aposentados brasileiros, de um modo geral, nós vamos concluir que há um profundo desequilíbrio entre a capacidade de sobrevivência com o reajuste dos preços das atividades, e por aí se vai. Nós tivemos um reajuste dos ativos que ganham salário mínimo na ordem de 8,7% e dos inativos que ganham acima de um salário mínimo na ordem de 3,3%. Todo o planejamento brasileiro, toda a política de reajustes é centrada insuficientemente na mão-de-obra ativa e termina, em conseqüência, fazendo com que o aposentado seja levado rio abaixo, correnteza abaixo.

Aqui em Porto Alegre, para se ter uma idéia, há uma faixa de isenção de 60 mil UFMs, quem ganha até três salários mínimos está isento do IPTU. Acontece que, com o reajuste natural, em face da própria planificação da economia e da falta de uma política para o aposentado, termina saindo da faixa da isenção e ficando numa situação desesperadora, porque os imóveis, naturalmente, dentro do processo da economia, são reavaliados, portanto ultrapassam as 60 mil unidades fiscais. Por outro lado, o aposentado, como regra, tendo percentuais da ordem de 3,3% e 8,7% sobre a sua remuneração, sobre o seu salário, não consegue mais pagar o IPTU, fica numa situação de absoluta calamidade. Aliás, há um preceito constitucional que manda, que determina que o inativo deve ter o mesmo tratamento salarial que os ativos, mas isso, infelizmente, no Brasil não ocorre.

Nós temos de convir que temos, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, um Governo Federal que atende só ao grande capital. É o capital financeiro, é o grande capital. Enquanto que a massa assalariada brasileira, em especial o aposentado, neste País, é profundamente massacrada, o aposentado chega a ponto de ser levado para situações que ele não consegue mais sobreviver. Por exemplo, na faixa isencional do IPTU, ele já não consegue mais, porque, se o seu salário, se a sua aposentadoria fosse remunerada dentro dessa planificação, ele teria condições de pagar o IPTU, mas ele termina tendo que pagar o IPTU, e efetivamente não consegue, porque a sua aposentadoria não é reajustável. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Vereadora-Presidenta Maria Celeste; Verª Neuza, nossa Vice-Presidente; colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e cidadãs, comunidade da Cidade Baixa que acompanha este evento, nós gostaríamos que os Vereadores que são da base do Governo local tivessem atenção, olhos para ler certas manchetes dos jornais diários. Por exemplo, o jornal de hoje diz que, no nosso Governo - Governo Lula -, nós aumentamos em quase 200% os empregos formais. Ninguém consegue ler. São cegos para isso. Aumentamos, no primeiro mandato do Governo Lula, em 33% o salário mínimo. Será que ninguém lê essas manchetes?! Dezenas, centenas, milhares de pessoas saíram da linha abaixo da pobreza por causa de programas sociais como o Bolsa Família, o Fome Zero, o Cozinhas Comunitárias - por sinal, o Governo Lula as deu, e o Governo local não as consegue instalar, esse é o problema. Como também nós estamos vendo que há dois anos, Ver. Guilherme Barbosa, foi aprovada, na Assembléia Legislativa do Estado, a Área de Proteção Ambiental, a APA, o nosso Delta e a parte que nos cabe, e nada foi feito nesses dois anos, continua a invasão, continua o lixo, continuam os detritos, nenhuma atitude foi tomada pela Prefeitura.

No Conduto Forçado da Álvaro Chaves, quem é forçado a se manifestar são os moradores da região. Vejam só: nós temos na Rua Cel. Bordini - fiz uma visita ontem à noite - edifícios, paredes, rachaduras, e ninguém da Prefeitura toma uma atitude. Rachaduras visíveis (Mostra foto.), algo impressionante em termos do problema causado por aquela obra, e não foi só na Rua Bordini, é em toda a região, inclusive com perigos de desabamento. Por sinal, parte de uma das casas teve problemas, teve que ser refeita, no entanto, nesses exemplos que dei, em três endereços da Rua Bordini, ninguém quer se responsabilizar. Eu fiz um dossiê com fotografias e hoje pela manhã mandei diretamente para a mesa do Sr. Prefeito Municipal. E os problemas não param aí. Eu fiz outro levantamento, já citei, com fotos - a Verª Margarete Moraes, em período de Liderança da nossa Bancada, mostrou -, do problema da Av. Otto Niemeyer, está lá, e queremos resposta.

Nós queremos aqui também colocar um outro problema que nos foi trazido hoje. Na Rua Vasco da Gama, quase esquina com a Rua Ramiro Barcelos, num outro terreno baldio, há matagal, sujeira, e não há fiscalização. Aí vem de novo o problema da fiscalização. Tudo bem que a SMOV não consiga ver todos os problemas que tem em edificações... E parece que em relação ao problema de Teresópolis, citado hoje aqui, houve até uma notificação, mas, depois que aquilo causou o acidente, a comunidade se mobilizou desde ontem, e ninguém da Prefeitura quis tomar qualquer tipo de atitude, nenhuma atitude, inclusive está nos jornais de hoje.

Então, nós estamos fazendo sistematicamente essas cobranças, porque a Cidade está à bangu, não tem responsabilizações, não tem fiscalização, é um desleixo total e absoluto! E tem mais: a nossa Bancada, Bancada de oposição, se preocupa com a Cidade. Ontem, os Vereadores Comassetto e Todeschini foram levar ao Prefeito, ao Secretário Busatto, as questões da escola técnica; nós, aqui, na segunda-feira, na Mesa, levantamos a questão das liberações de verbas, discutimos essa questão ontem, fomos nós que tomamos a iniciativa para que o Governo Municipal não “perdesse o bonde da história”. Não será pela Bancada de oposição que esta Cidade perderá um centavo sequer! E já temos acordo para que a primeira discussão seja exatamente desse Projeto; agora, nós fizemos emendas, e nossas Emendas são sérias como sérias são sempre nossas posturas. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, o País acordou um pouco menos infeliz: ontem, o Supremo Tribunal Federal, por decisão do Ministro Celso de Mello, atendendo a um pedido da oposição ao Governo Federal, mandou que se instalasse imediatamente a CPI do apagão aéreo. Passou a chamar-se “apagão aéreo” pela denúncia feita pelos controladores de vôo, que eram responsabilizados por uma das maiores tragédias da história da aviação brasileira. Paradoxalmente, depois dessa tragédia, o Governo Federal mobilizou todo o seu poder de fogo no sentido de proibir essa CPI. E conseguiu, até que um pedido ao Supremo Tribunal fez com que o País passasse a ter, a partir de agora, a CPI do apagão.

Por que se pede a CPI do apagão? Recomendo a todas as pessoas que estão nas galerias e aos nobres Vereadores que leiam a revista ISTOÉ, o depoimento da empresária Silvia Pfeiffer, que denuncia que, em todos os aeroportos que tiveram obras, no ano passado, elas foram superfaturadas. Nos últimos três ou quatro anos, há um superfaturamento em todas as obras, seja no Aeroporto de Curitiba, Aeroporto dos Guararapes, Aeroporto Tom Jobim, Aeroporto de Congonhas ou Aeroporto de Guarulhos. E 10% do valor dessas obras foram destinados à campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores. Evidentemente, os mesmos nomes voltam à cena, os nossos velhos conhecidos - José Dirceu, Delúbio Soares, Marcos Valérios da vida -, todos eles participando diretamente de todas as concorrências da Infraero, comandando, vendendo empresas, comprando outras e fazendo deste País um mar de indiferença a tudo aquilo que ocorreu há um ano, que continua exatamente igual, que tem que ser denunciado e tem que ser apurado.

Essa reportagem foi a gota d’água, queriam impedir a sua publicação sob todas as formas e sob uma pressão insuportável, mas a revista conseguiu publicar. E hoje, com o Parecer do Ministro, que resgata um pouco daquilo que tem que ser no serviço público, daquilo que deve ser na política, especialmente das instituições que hoje perderam completamente o seu prestígio, a sua credibilidade, nós vamos ter aberta essa CPI. Não como palanque eleitoral e muito menos como um brilhareco eventual de algum Deputado Federal. Não! Mas como mais um excepcional indicador do desgoverno, da vergonha que passamos e, principalmente, da mentira deslavada, dizendo que há emprego para todos, que agora aumentaram para 200 mil empregos, sendo que nós sabemos que, no dia de hoje, na Grande Porto Alegre e em Porto Alegre, nós temos 250 mil pessoas desempregadas; uma pessoa já seria uma tragédia, 250 mil é um caos que repercute na segurança, que repercute na formação das nossas crianças, dos nossos jovens, que precisam estudar, cujos pais não podem pagar porque estão desempregados! No entanto, eles vêm aqui dizer para nós, na nossa cara, que estamos progredindo na área do emprego. E o Programa Primeiro Emprego foi uma das maiores vergonhas da história deste País, noticiado nacionalmente: no seu primeiro ano, o Programa Primeiro Emprego gerou um emprego, qual seja, ele se chama Vilson, é garçom e mora em Salvador.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Srª Presidente, gostaria de insistir com a senhora num assunto: eu encaminhei um Requerimento a esta Casa, inclusive o fiz nas duas gestões anteriores, pedindo que viessem, nos espelhos, como vem do Governo Federal, todos os repasses dos recursos para Porto Alegre. Nós temos que fiscalizar os repasses, inclusive da Governadora Yeda, pois não aparece nada. Queremos saber quando isso virá, se há uma resposta da Governadora quanto a isso, porque sabemos que não está sendo repassado nada, e nós queremos fiscalizar esses recursos para Porto Alegre. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Segundo a nossa Diretora Legislativa, nós já oficiamos o Governo do Estado, em cima da solicitação do seu Requerimento, mas não recebemos informação até o presente momento. Por isso, não há informação no espelho, Ver. Comassetto.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu vou falar das coisas de Porto Alegre, das conquistas da nossa Cidade, mas, antes disso, eu gostaria de fazer dois rapidíssimos comentários: primeiro, eu acho que, realmente, quem cultiva a intolerância não gosta de governança, não gosta de diálogo, não gosta de Governo que faz construção coletiva. Então, realmente são dois conceitos bem contraditórios, e é muito gratificante ver que Porto Alegre, hoje, é governada, exatamente, por este espírito: do diálogo, da governança, da tolerância e da construção coletiva com a sociedade civil organizada, ou, simplesmente, com as mulheres e com os homens do nosso Município.

E eu também queria retomar, aqui, uma questão, até porque nós trabalhamos em frente às câmaras. Só que as câmaras são focadas, quase todo o tempo, para este microfone aqui, que é o microfone do Plenário, onde falam os Vereadores. E eu não sei por que, nas quintas-feiras, sempre no final do dia - talvez seja porque, exatamente, essa é a Sessão que fica passando no sábado e domingo -, alguns Vereadores se prevalecem do fato de estar em frente à televisão, com um microfone, para falar mal dos Vereadores, para dizer que eles não estão presentes, mesmo eles estando presentes! Já está virando um hábito, inclusive um hábito muito deselegante e injusto. O Vereador que está no Plenário, que não tem o microfone aberto, apresenta-se, diz que está presente, e, aí, o Vereador, na tribuna, usando o som do microfone, reafirma essa inverdade. É preciso que a gente grite, já que não há som, e diga que está presente, mas aí a gente é acusada de mal-educada, porque está falando alto. Mas, realmente, mal-educado é quem não usa da verdade, é quem se prevalece de circunstâncias.

Eu quero falar aqui de coisas da Cidade. E uma das questões importantes a que nós tivemos acesso, nesta semana, foi uma atividade feita na nossa Comissão de Educação e Cultura desta Casa, em que nós tivemos o prazer de receber o Secretário da Cultura, Sergius Gonzaga, quando ele fez uma apresentação extremamente produtiva, elucidativa, de um dos principais programas da Secretaria de Cultura, que é o Programa da Descentralização da Cultura.

Hoje, o Projeto de Descentralização da Cultura, que foi dado prosseguimento pelos Governos anteriores, incorporou uma série de novas ações que tem permitido uma inclusão cultural e social de segmentos da nossa Cidade que não tinham acesso a várias manifestações culturais. E eu acho também extremamente interessante falar que, dentro desse Programa, que descentraliza a cultura, aquela população que mais precisa pode, por exemplo, assistir aos filmes, ir ao cinema, pode participar de inúmeras oficinas. Esse ato de participar dessas manifestações, quando é construído em cima de um conceito de inclusão, permite que essas pessoas desenvolvam seus talentos, suas capacidades. E muitas dessas oficinas, inclusive, têm gerado outras ações na nossa comunidade, como, por exemplo, a venda de produtos artesanais, a venda de produtos que são feitos por pessoas que foram estimuladas, motivadas por uma política pública abrangente, com diversidade, e que permite, efetivamente, a participação de todas as pessoas.

Ainda sobre a avaliação de uma notícia que saiu no jornal de hoje a respeito dos avanços da reforma do Auditório Araújo Vianna, eu queria dizer que é muito gratificante, realmente, saber que o projeto de reconstrução do Auditório Araújo Vianna, que será devolvido, enfim, à cidade de Porto Alegre, permitirá a apresentação de mais de 90 espetáculos anuais feitos pela área pública - isso significa mais de três vezes daquilo que era feito no passado. Então, essas coisas gratificam a Cidade, eu acho que as coisas que são boas para Porto Alegre devem deixar felizes as cidadãs, as mulheres e os homens de Porto Alegre, independente das suas siglas partidárias, das suas ideologias. Eu acho que o que é bom para Cidade tem de ser, realmente, considerado uma coisa produtiva e tem de ser reconhecido pelo conjunto das pessoas.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Vereadora e companheira Maria Celeste, Presidenta desta Casa; Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores que estão aqui nos visitando, esta Casa, que é feita de contraditórios, e que nós prezamos com a nossa luta, na luta pela democracia, recebeu, sim, Verª Clênia Maranhão, nesta semana, a visita, o que nos deixou muito felizes... E também participou a Verª Margarete Moraes, a nossa sempre Secretária da Cultura, oportunidade em que nós discutimos a nossa preocupação, porque, muitas vezes, o grande problema dos Governos é a falta de comunicação, para o bem ou para o mal... A cultura, para nós, tem um valor extremo, não conseguimos conceber uma sociedade em que a cultura não esteja agregada, associada, às diversidades, às diferenças, com a questão da educação, como se estivesse faltando uma parte. E aqui estiveram o Secretário, mais a sua assessoria e o Camilo, que tão bem trabalha lá no Morro da Cruz; e não apenas querendo reduzir, mas ele hoje tem um nome respeitado e conhecido nacionalmente na área da cultura. Ele já trabalhava antes, com a Administração Popular, e continua trabalhando.

Nós estávamos preocupados com a falta de divulgação e articulação com a Cidade, acreditamos que a temática da cultura acabou trazendo questões que não deveriam estar sendo debatidas dentro da temática, Verª Margarete Moraes, o que acabou reduzindo o acesso à música, ao teatro para aquelas comunidades que têm uma necessidade maior em relação a essas instâncias - não tirando a importância do hip-hop e de outros segmentos. Acreditamos, sim, que, com a contribuição, com a bagagem, que a nossa Secretária trouxe para a reunião, junto com a vontade daqueles que ali estiveram e com a vivência que temos, Ver. Dib, nas comunidades, nós poderemos colaborar e colocar em prática a questão da intersetorialidade, que não acontece. E, quando isso não acontece, não acontece nada em qualquer segmento.

Acredito muito que a nossa Comissão, que não trata apenas da educação, mas também da cultura, do esporte, do lazer e da juventude, também tem de cumprir essa função, porque, senão, nós daremos luz apenas a um segmento e acabaremos esquecendo de colocar em prática aquilo que nós estamos criticando.

Hoje mesmo houve uma visita ao Centro Cultural da Lomba do Pinheiro, resultado de uma reunião anterior, com a assessoria do Ver. João Bosco Vaz, e nós vamos retomar a atividade, Verª Sofia Cavedon, sei que é do interesse de V. Exª, do Centro Cultural da Lomba do Pinheiro, até porque V. Exª fez uma visita ao local. Nós, como somos moradores e também articuladores, assim como a senhora, das nossas políticas públicas, estamos trazendo de volta, para aquela região - e os Vereadores-médicos aqui sabem da importância disso -, um trabalho em que as mulheres que tomavam antidepressivos já saiam de lá orientadas para fazerem a sua atividade física, elevando, assim, a sua auto-estima. No final de um ano, reduziu-se muito o índice das mulheres que tomavam antidepressivos, e hoje elas têm, sim, uma realidade muito diferente, pois não havia mais esse trabalho. Com a fala que nós tivemos com o Secretário de Esporte e Lazer e agora com a questão da Cultura, nós estamos retomando todas as oficinas que tínhamos no Centro Cultural, e a própria Líder de Governo colaborou nesse sentido, para que lá não seja um depósito da SMOV, porque estamos reassumindo um espaço que era um espaço cultural e de desenvolvimento econômico daquela Região, e - Srª Presidenta, com a sua tolerância - nós queremos fazer isso com toda a Cidade.

Nós não vamos fazer aqui apenas um desgaste de oposição por oposição; naquilo que for possível construir - desde que a ponta é que vai ganhar -, nós vamos construir juntos. Nós não vamos usar este espaço quando não for necessário, simplesmente para fazer oposição. Então queremos colaborar e construir. Agora, naqueles debates que ainda existem na área da Saúde, em que nós tivermos que bater, Ver. Goulart, nós bateremos, num espaço legítimo, que é a tribuna, junto com a organização popular.

Sejam bem-vindas todas as associações que aqui estão. Uma boa-tarde, e obrigada pela tolerância, Srª Presidenta.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 045/07 – (Proc. Nº 2212/07 – Ver. Márcio Bins Ely) – requer que o período de Comunicações, no dia 28 de junho de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do 75º aniversário do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre - SINDEC. (incluído em 26-04-07)

 

REQ. Nº 047/07 – (Proc. Nº 2242/07 – Ver. Adeli Sell) – requer que o período de Comunicações, no dia 07 de maio de 2007, seja destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário do 11º Batalhão da Brigada Militar. (incluído em 26-04-07)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o bloco composto pelos Requerimentos nº 045/07 e nº 047/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Vamos suspender a Sessão, para que as Lideranças possam retomar o trabalho da Reunião Conjunta. Antes, ouço o Ver. Brasinha.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidenta, eu gostaria de saber informações a respeito da Comissão que ia para o Rio de Janeiro, pois até hoje não tenho notícia nenhuma. Nós estivemos com o Secretário, e hoje já completam 117 dias da Governadora Yeda. Eu gostaria de saber como está andando: se vai sair a Comissão, se nós vamos lá para o Rio de Janeiro para pressionar o empréstimo ou não em relação à obra da Av. Baltazar de Oliveira

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Informo ao Ver. Brasinha e aos demais Vereadores que ainda estamos aguardando o Chefe da Casa Civil, Deputado Fernando Záchia, e o Secretário Marco Alba, que ficaram de entrar em contato com esta Presidência assim que agendassem com o BNDES a reunião estabelecida há três semanas. Ainda estamos no aguardo dessa proposta de agenda, Vereador.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h42min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h25min): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4466/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que garante à população acesso a informações sobre beneficiados por programas sociais do Executivo Municipal de Porto Alegre, através da Internet no site da Prefeitura Municipal de Porto Alegre ou outros meios de acesso livre à população. Com Emenda Nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 29-05-06;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 213/05. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PPL nº 213/05, de sua autoria.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; o Projeto que está em discussão foi apresentado por mim e tramita nesta Casa desde o ano passado. Em reunião de Mesa - e eu compunha a Mesa, junto com o Ver. Dr. Goulart -, foi-me solicitado pela Líder da Bancada do Governo que adiasse a discussão do Projeto. Fiquei imaginando que o Governo apresentaria uma proposta, alguma alternativa para a gente chegar a bom termo nessa idéia, imaginava que se construiria, em conjunto, outra solução, então acatei a sugestão da Líder do Governo.

Este Projeto é muito singelo, porque ele trabalha com uma das obrigações do Poder Público, que é a transparência - e às vezes eu acredito, sinceramente, Verª Maria Luiza, que o Prefeito Fogaça não é bem informado, porque ele é favor da transparência, com certeza, na administração dos recursos públicos. Este Projeto trabalha com o princípio fundamental da democracia, com a essência da democracia, que é o direito de todas as pessoas, de todos os homens e mulheres do nosso País saberem para onde vai o dinheiro dos impostos, para onde vai a arrecadação pública. O dinheiro dos cidadãos deve retornar à população que mais precisa, à população carente. E nunca, na história do nosso País, houve tantos recursos para programas sociais. Esses programas sociais podem ser vislumbrados pela população que nos assiste como o Bolsa Família, o Pró-Jovem, todos programas do Governo Federal que fazem um convênio com as Prefeituras, porque é nas cidades que a vida acontece, e a fiscalização, o controle, pode acontecer por quem vive perto, isso acontece nas Prefeituras. Nas cidades é onde existem as melhores condições para gerir tais benefícios, para que não haja nenhuma injustiça.

Então, nada mais óbvio que tais dados sejam acessados via computador, via Internet, por todos e por todas. Nós estamos cansados de saber pelos jornais, pela televisão que existem muitas pessoas que roubam, por exemplo, de verdadeiros e honestos trabalhadores na Previdência Social, de aposentados que são honestos; outras pessoas recebem por alguém que não existe mais, que já morreu. Então, existem muitas falcatruas nesse sistema. E agora eu estou falando de programas sociais que são políticas públicas e que exigem um controle social, que é o que faz Orçamento Participativo: a fiscalização das pessoas sobre o dinheiro que é seu, o dinheiro que é público.

Em nome do controle social, em nome da transparência dos recursos públicos, eu peço que aprovem essa idéia, que é muito singela, que trabalha com a inclusão social - que é importantíssima -, com a inclusão econômica, com a questão educativa e com outro tipo qualquer de público-alvo que trabalhe com programas sociais. Então, eu peço a aprovação dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, para que a Prefeitura da nossa Cidade possa colocar esses dados à disposição de todos e de todas no site oficial, como já existe no Governo Federal, o Portal da Cidadania, onde os dados estão à disposição de todos e de todas. Obrigada, Verª Maria Celeste.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, boa-tarde a todos, público nas galerias, em relação ao Projeto da nossa Verª Margarete Moraes, quero dizer que parece extremamente importante a questão do controle social, mas não podemos esquecer que estamos lidando com política pública de assistência social e temos, no Município, as instâncias responsáveis, constituídas a partir da LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social -, que delibera a descentralização, e, em relação a isso, conseqüentemente, foram criados os respectivos conselhos, os Conselhos Municipais e os Estaduais. Então, quem tem o papel do controle social nessa política são, sim, os Conselhos, que têm legitimidade para isso. Em função da sua criação, eles são deliberativos e têm o papel do controle social.

Verª Margarete Moraes, preocupa-me muito o controle através da Internet, onde estará disponível para todos os nomes das pessoas que são contempladas com programas sociais, são crianças e idosos que ficarão com seus nomes na Internet. São programas sociais controlados pelo Município, através do próprio Conselho Municipal da Assistência Social, Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. E os vários Programas que estão em gestão no Município têm o controle através dos seus respectivos Conselhos. Parece-me que a proposta trazida aqui acaba expondo os usuários que se utilizam dos programas sociais no Município. E, a título de esclarecimento, a forma mais adequada do controle é através dos respectivos Conselhos. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de muita atenção das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores sobre o conteúdo deste Projeto. Primeiro, eu quero dizer que a nossa posição é uma posição sobre o conteúdo do Projeto. Outro dia, o Ver. Adeli Sell fez um Projeto que dava transparência aos atos públicos, e ele estava absolutamente em consonância com a Lei Federal, e nós achamos que ele era um Projeto que fortalecia esse conceito, então votamos favoráveis ao Projeto por unanimidade. Portanto isso não é uma questão de disputa política, isso não é uma questão partidária, isso é uma questão de conceito, de compreensão da necessidade de explicitarmos os princípios da Administração Pública, que tem a transparência, entre esses princípios.

Nós votamos favoravelmente o Projeto do Ver. Adeli Sell, mas não votaremos favoravelmente o Projeto da Verª Margarete Moraes por dois motivos: primeiro, porque o Projeto trata de beneficiados dos projetos sociais do Executivo e exige que se explicite o nome dos beneficiados, a condição dos beneficiados, e uma questão com a qual não concordamos é sobre a natureza dos benefícios recebidos. Depois eu quero explicar o que significa isso.

No seu art. 4º, o Projeto diz o seguinte (Lê.): “Consideram-se programas sociais para os fins previstos nesta Lei todos os programas dirigidos à população de qualquer faixa etária ou a pessoas jurídicas e que objetivem a inclusão social, econômica, educativa...”. Significa que as crianças que são protegidas pelo ECA não teriam mais a sua imagem preservada, inclusive não é por acaso que as crianças, quando aparecem na televisão, são protegidas por uma tarja, ou as suas imagens são difusas, porque nós, que lutamos muito pela implantação do ECA, lutamos muito pela preservação da imagem da criança. A criança, ou adolescente, ou a autora do ato infracional, ou quando ele é vítima de uma violência física, de uma violência sexual, enfim, sendo usuária de um benefício, estará exposta a uma situação de vulnerabilidade, ela não pode ter a sua imagem e o seu nome explicitados. Então, há toda uma luta pela preservação da identidade dessas crianças.

Além disso, fazem parte, também, dos programas sociais as outras populações vulneráveis ou pessoas em circunstâncias de atendimento dos Programas, por exemplo: pessoas que são retiradas de casa por causa da violência doméstica, que estão em albergues ou em abrigos. Então, nós conversamos muito com vários especialistas na garantia dos direitos humanos, com especialistas na garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes e também com pessoas que trabalham com a proteção de pessoas em situação de risco e concluímos que este Projeto fere esses princípios. Uma lei menor não pode se contrapor a uma lei maior, como é o caso de uma das leis que garantem o Sistema Nacional dos Direitos Humanos brasileiros ou que garantem a defesa dos direitos da criança e do adolescente, que é o Estatuto da Criança. Eu acho que ela fere esses princípios, ela pode expor as crianças a uma situação de mais vulnerabilidade.

Além disso, tem toda a questão da Internet, que é uma questão, hoje, que deve ser mais bem trabalhada, porque a Internet, que é um instrumento maravilhoso, muitas vezes tem sido usada pelo crime, pela exploração sexual, usada para fins que não contemplam a dignidade dos seres humanos. É por isso que nós votamos a favor do Projeto do Ver. Adeli Sell, que dava transparência à questão pública, mas achamos que este Projeto fere várias questões que foram conquistas da sociedade, das entidades que lutam pela garantia dos direitos das mulheres, das crianças, das populações mais vulneráveis de uma maneira em geral. Transparência é fundamental, mas tem que preservar a identidade das pessoas que são usuárias dos serviços, para que elas não fiquem mais expostas do que elas já estão.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, prezados assistentes, como é interessante ter uma posição no discurso e outra na prática. Este Projeto que estamos discutindo aqui, na verdade, não poderia ser discutido, ou vir aqui tentar justificar, porque estão na base do Governo ou porque estão na situação. A Líder do PPS, porque é da oposição, vem aqui trazer todas as justificativas do mundo, tentando trazer opiniões e afirmações que não estão escritas, que não estão no Projeto.

O Projeto é muito simples. O que nós queremos? Trabalhar a transparência da gestão pública em todos os níveis: nível federal, estadual e municipal. Verª Clênia, quando o Projeto traz (Lê.): “Garante à população acesso a informações sobre beneficiados por programas sociais do Executivo Municipal de Porto Alegre através da Internet, no site da Prefeitura de Porto Alegre...”, eu concordo com a senhora sob o ponto de vista de reservar a questão dos nomes. No entanto, essa informação pode ser tanto da pessoa física, como da jurídica, e, quando é direcionado às crianças, Verª Maria Luiza, o beneficiado é discriminado como pessoa jurídica, por exemplo: Creche Brincando de Roda. Nós não vamos colocar o nome das crianças ali, e toda aquela comunidade ficará sabendo que aquela creche receberá um valor tal, inclusive para ajudar a fiscalizar esses recursos, para que eles sejam bem aplicados.

E, aí, eu queria dizer aos senhores e às senhoras, Verª Margarete Moraes, para verem o exemplo da transparência do Governo Federal no Programa Bolsa Família (Lê): “CPF nº 106.76534.86-1, Sr. Abdiel Medeiros da Silva, valor destinado: 60,00 reais mensais.” Está na Internet - é do Governo Federal - a transparência para quem vai e quem recebe um benefício público do Governo Federal. Toda comunidade pode, sim, e deve saber. Ver. João Antonio Dib, se for uma pessoa que está sendo protegida - e falo aqui como Presidente da Comissão de Direitos Humanos -, por lei, não se coloca o nome dela, mas se colocam as iniciais, por exemplo: A. J. Bom, se alguém quiser saber quem é o A. J., vai lá e busca a informação para identificar quem é o A. J. Essa pessoa poderá estar protegida por lei, mas sabe-se o montante que ela estará recebendo.

Portanto, eu quero trazer esse exemplo aqui da Administração e quero falar, Ver. Bernardino, em nome de todos os Partidos da Coalizão Federal, que o PP está no Governo Federal, o PMDB está no Governo Federal conosco, o PTB está no Governo Federal conosco, e isso aqui é o resultado de uma política do entendimento da assistência social do Governo Federal. Por que nós defendemos que no Governo Federal haja essa transparência? E no Município não pode haver? Aqui está o documento, e eu o coloco à disposição, Srª Presidenta, para V. Exª e para todos os outros. (Exibe o documento.)

Quem quiser, pode entrar, neste momento, na página do Governo Federal: (Lê.) “Transparência nos Recursos Públicos Federais - Visão Cidadão. Transferência de Recursos”. Consta nome por nome. Inclusive, consta o menor valor recebido (Lê.): “Sr. Acemar Nunes de Moura, CPF nº 121.69192.42-7, valor destinado: 15 reais”. Todo o Brasil sabe que o Sr. Acemar recebe, neste mês, 15 reais do Governo Federal. Por que o Município não pode mostrar isso também?

E digo mais, Ver. Newton Braga Rosa - o senhor que é um homem da tecnologia, da informação e da comunicação: nós também estamos valorizando uma ferramenta que toda a população pode utilizar, mas, para isso, é claro, os telecentros têm que estar funcionando, para que a população tenha acesso.

Portanto, este Projeto não fere o direito individual; ele traz, Verª Margarete Moraes, a transparência da Administração Pública. E aqui eu quero saber: somos ou não somos republicanos? Ou nós queremos transparência só no Governo Federal, e no Municipal não? Queremos em todas as esferas, em todas as escalas do Executivo e do Legislativo. Inclusive, digo mais, Ver. Professor Garcia: eu estou autorizando que coloquem meus gastos de viagem na Internet, bem como os resultados que eu venho obtendo com os gastos que fiz nas viagens. Ontem, foi “lançado um veneno” aqui. Toda vez que eu faço isso, eu venho à tribuna prestar contas das atividades que faço fora de Porto Alegre. Ver. Alceu Brasinha, o senhor que é da Mesa, sabe do que eu estou falando. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Verª Margarete Moraes, tem um argumento que V. Exª coloca na Exposição de Motivos que eu acho que é dos mais importantes. Nós temos que avançar no sentido de tratar esses benefícios sociais como uma política pública, benefícios dos quais nós devemos nos orgulhar muito, e que, cada vez mais, nós façamos, com transparência, com qualidade, uma política pública que possa receber reforços de todas as outras políticas necessárias, pois o Bolsa Família não funciona se a escola não controlar a freqüência, não investir na freqüência, não informar que o aluno está ausente.

Verª Margarete, quando nós construímos com o MEC, quando nós iniciamos um projeto, enquanto Secretária de Educação, para monitorar o sucesso da aprendizagem de alunos incluídos por programas sociais, que era uma preocupação do MEC, para nossa surpresa, nós descobrimos que as escolas, Verª Clênia, não sabiam quais dos seus alunos eram incluídos em políticas sociais - isso há uns quatro anos. Quer dizer, se a escola não sabe, como é que nós vamos esperar que a escola tenha um olhar diferenciado para aquele aluno? Com alguns alunos do PETI, do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em que é preciso todo um investimento na família, em que a escola precisa cercar esse aluno, estar atenta, buscar o apoio da Assistência Social, eventualmente da Saúde, Ver. Todeschini, nós não tínhamos uma integração, e eu tenho certeza de que, até hoje, ainda, muitas crianças estão sendo beneficiadas por algum tipo de programa, e a escola não consegue reforçar - e eu estou usando esse exemplo, mas a gente poderia pegar assistência social, o módulo de assistência -, porque não há uma integração e uma socialização de informações.

Então, eu acho que o que a Verª Margarete propõe é muito útil para que isto aconteça: que a gente saiba que a escola está tratando uma situação, e que, quando uma mãe vai à escola, ela possa entrar na Internet e verificar se a criança está recebendo o benefício tal, se essa família está incluída no programa tal. Há uma semana e meia, nós tivemos uma discussão na CECE sobre o ProJovem, e um dos elementos identificados foi de esse Programa, que é voltado para um público em vulnerabilidade, não está sendo aplicado, Dr. Raul, em articulação com a FASC. Ou seja, a Secretaria da Juventude tem um recurso, tem um programa e deveria fazê-lo - porque é voltado para os jovens em vulnerabilidade - a partir dos dados e da ação da Assistência Social no Município. Então, essa desarticulação é um desastre, e o Governo Lula vem unificando: unificou as bolsas todas, para exatamente poder desenvolver uma ação de investimento na efetividade da bolsa, para que ela seja uma política pública emancipatória e não apenas compensatória ou populista, como muitos querem dizer. Eu acho que é uma política pública justa, correta - e nós temos muita nebulosidade sobre ela, infelizmente.

Quem anda nas comunidades toda hora recebe questionamentos. Eu toda hora recebo reclamações: “Estou inscrita no Bolsa Família. Por que não chega?” Eu digo: “Olha, procura a FASC, procura um módulo da FASC.” Mas não informam, não há prazo. Nós precisamos construir mecanismos transparentes para que se possa acompanhar, informar a família; para que a FASC, se precisar da informação, a tenha à mão; para que a escola, se precisar da informação, a tenha à mão; para que o posto de saúde, se precisar da informação, a tenha à mão. Não é possível que continuemos trabalhando de forma fragmentada, de forma pouco transparente e, aí, obviamente, com pouquíssima efetividade.

Então, eu acho que é este o esforço que o Governo - eu imagino que deve ter dificuldade, tem que desenvolver programas - deveria fazer, para podermos ter condições de, com esses dados e com esse importante programa de renda, usá-los como ferramenta que potencialize os outros programas, as outras políticas públicas. Falo do lugar da escola, mas, em todas as áreas em que se atende o público vulnerável, nós temos necessidade dessa informação. Parabéns, Verª Margarete. Votaremos com Vossa Excelência.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srs. Vereadores, o assunto da transparência de dados do Governo está diretamente relacionado ao momento tecnológico que nós estamos vivendo. Não dá para imaginar, mas há 30 anos, quando a informação estava toda em papel, era muito difícil dar transparência aos atos de Governo em todos os níveis. O Orçamento do Governo era uma Peça que transitava em ambientes fechados, nos Parlamentos, no Executivo. Jamais se tinha a oportunidade de um acesso rápido e imediato como hoje se consegue. Aliás, a população acabou se acostumando com isso. Bastaram dez anos de acesso à Internet, para que todos nós exigíssemos a disponibilidade imediata de informações. Aliás, eu sempre lembro, em matéria de transparência, que administradores públicos são obrigados a entregar, de antemão, antes de sua posse, a declaração de bens, ou seja, é uma informação que nós estamos acostumados a fornecer como forma de transparência de nossas ações e do tempo em que tivemos mandato parlamentar, etc.

Lembro também que o Governo Federal acabou, ele, tomando iniciativa de muitas ações, para as quais os Governos estaduais e municipais achavam que havia algum impedimento legal. Em 1998, foi muito difícil convencer o pessoal da Secretaria da Fazenda do Estado que deveríamos emitir certidões negativas pela Internet, quando a Receita Federal e o INSS já faziam isso em nível federal, ou seja, exemplos dessa área têm vindo de cima.

Acho que o Projeto da Verª Margarete Moraes, em tese, é meritório; não vejo mal na transparência. A única coisa que me ocorre é saber dos limites para algumas situações de risco. Por exemplo, um programa social que trata de drogados. No momento em que se divulgar não o nome do dependente, mas o nome dos pais - é uma hipótese -, nós estaremos, de certa forma, desvendando, colocando numa situação vulnerável aquelas famílias, talvez até com prejuízos maiores do que o sigilo da informação. Por outro lado, eu sei e sabemos que a legislação impede divulgação de nome de menores envolvidos em atividades ilegais, etc., ou seja, alguns limites tem que haver, e eles já estão estabelecidos na legislação. Eu acho que o Projeto é meritório e, em tese, deve ser aprovado, mas em alguma coisa nós vamos ter que nos precaver, para evitar que coloquemos pessoas envolvidas em programas sociais da Prefeitura em situações que lhes possam trazer prejuízo, porque aí nós não estaríamos fazendo um bom serviço à nossa população.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Newton, quero agradecer-lhe o aparte, mas eu estava aqui pensando, ouvindo V. Exª falar e aí eu imaginei se V. Exª sabe, por exemplo, quantos jovens são beneficiados pelo Programa ProJovem em Porto Alegre.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Não sei.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Eu também não.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Deveríamos saber, não é? Aliás, se entrarmos na página da Prefeitura, essa informação está disponível ou não? Essa é a grande questão. O fato de sabermos ou não é relevante.

 

O SR. Aldacir Oliboni: É claro que a comunidade, o cidadão, pode até não querer expor o seu nome, mas, para esse tipo de ação, de atividade, que é social - e nós queremos saber quantos, independente de ser situação ou oposição -, isso é interessante, por isso o Projeto tem seus méritos, com certeza.

 

O SR. NEWTON BRAGA DA ROSA: Tem seus méritos, mas tem seus problemas; acho que nós concordamos também. Eu tenho a impressão de que um pouquinho mais de discussão em torno do Projeto vai nos trazer algum rumo à identificação de segmentos que têm que ser protegidos, acredito que a Verª Margarete Moraes tem também essa intenção, ou seja, a transparência é boa, mas nós temos que definir alguns limites. E acredito que teríamos pouco tempo, neste instante, para conseguir fazer o cercamento na medida do necessário. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES (Requerimento): Por favor, Verª Maria Celeste, eu sei que o Ver. Adeli Sell está inscrito, então, respeitando a sua inscrição, depois da fala dele, ouvindo com muita atenção a argumentação do Ver. Newton Braga e ouvindo também Vereadores como o nosso querido Ver. João Antonio Dib, eu reconheço as suas preocupações, e nós estamos construindo uma Emenda coletiva. Portanto eu peço que adiemos a votação deste Projeto para a próxima Sessão, para segunda-feira. Mas vamos respeitar a fala do Vereador já inscrito, o Ver. Adeli Sell.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Margarete Moraes. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 213/05.

Logo a seguir colocaremos em votação o Requerimento da Verª Margarete Moraes, solicitando o adiamento por uma Sessão.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Lideranças partidárias, colegas Vereadores, cidadãos, cidadãs, nós, todas as segundas-feiras, temos uma Reunião Ordinária da Mesa Diretora com as Lideranças, e a gente faz um cronograma de votações. E temos tentado manter esse cronograma. Isso é importante, porque inclusive essa é uma forma mais eficaz de os Vereadores que têm uma oposição, rejeição a um projeto, e que querem ajudar a melhorar um projeto poderem, em tempo hábil, fazer as suas emendas. Então, eu acho que estamos começando a entrar num ritmo de votações extremamente importante para decidirmos sobre os Projetos que estão na Ordem do Dia, para que esses Projetos não fiquem mofando na Casa, e todas as pessoas têm que se pronunciar, efetivamente.

Nós, se entrarmos no site Transparência Brasil, que é do Governo Federal... Eu acessei agora ali pelo meu laptop e verifiquei que o Bolsa Família para Porto Alegre tem todos os dados, o quanto já foi aplicado em Porto Alegre, e consta em ordem alfabética o nome das pessoas que recebem o Bolsa Família. Por exemplo: um dos cidadãos que eu cliquei ali, na letra “a”, recebeu cem reais, ou seja, 50 reais nos dois últimos meses, a cada mês. Isso é uma forma muito correta. Eu, por exemplo, acompanhei alguns cidadãos de Crissiumal, e eles fizeram uma denúncia comprovada de que uma pessoa que trabalhava na Prefeitura Municipal recebia Bolsa Família. Isso é um absurdo, porque essa pessoa não precisa, ela é funcionária, tem salário, não está passando fome. E é assim que eu acho que a gente tem que lidar com o tema.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu acho excelente o Projeto, acho que tudo o que acontece tem que ser transparente, mas, de repente, nós temos que lembrar as câmeras de vídeo, que levaram tempo para serem instaladas, porque não queriam invadir a privacidade de quem estava na rua. Agora, no caso do Bolsa Família, eu acho que tem que colocar o nome, porque não é ofensa. Mas, de repente, se é um drogado, se é um...aí fica tudo complicado.

 

O SR. ADELI SELL: Gostei da sua boa vontade em relação ao Projeto, da sua compreensão, eu creio que, como já disse a minha colega de Bancada, Verª Margarete Moraes, se poderá construir, até segunda-feira, uma emenda que resolva esse problema levantado por Vossa Excelência. Mas eu acho importante que o povo possa ter acesso a esses dados, a esses elementos, que evitaria, enormemente, a corrupção.

Permita-me colocar, Ver. João Dib: eu estou fazendo a leitura de um livro do Hewitt, que se chama Blog, e ele mostra, por exemplo, que, depois do advento do blog, a discussão política nos Estados Unidos e a transparência ficaram enormemente enaltecidas. Por exemplo, o Líder, no Senado, do Partido Republicano pediu renúncia depois de uma intervenção desastrosa que ele fez, em que a grande mídia tradicional, às vezes desatenta, não se deu conta de que ele, em uma parte do seu pronunciamento, havia sido altamente pejorativo, racista. Um dos blogs levantou essa questão e disse que, mesmo num descuido, um Senador não poderia cometer tal barbaridade, e começou a cobrar. Isso foi se colocando nos outros blogs, depois a Fox News, a CNN e outras tiveram que discutir, e esse Senador pediu seu afastamento da liderança. Há o caso da demissão de um jornalista famoso, de um jornal também famoso, exatamente por ter feito matérias mentirosas que apareciam como grande verdade, e foi exatamente um “blogueiro” que o descobriu e o pegou na contramão da história e da ética. Então, é importante que, se alguém está indevidamente recebendo alguma coisa, a gente possa ter essa condição de sabê-lo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o Requerimento, de autoria da Verª Margarete Moraes, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da discussão e votação do PLL nº 213/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Cumprida a ordem de votação proposta, desde o início da semana, pela Mesa Diretora e Lideranças, e tendo em vista o Ver. Brasinha ter retirado seu Projeto, o PLCL nº 020/05, da discussão e votação, a nossa atribuição desta semana está cumprida, e verifico que visivelmente não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.                     

 

(Encerra-se a Sessão às 18h03min.)

 

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